Os gastos do governo com pessoal e encargos sociais, nos três poderes, vão se aproximar dos R$ 200 bilhões em 2012, segundo projeções de técnicos em orçamento. Os cálculos levam em conta o crescimento vegetativo da folha, o impacto dos reajustes concedidos a partir deste ano e a criação de novos cargos - o número de servidores passou de quase 800 mil para um pouco mais de 1 milhão entre 2003 e 2008. O maior crescimento se dará entre 2008 e 2009, por causa dos reajustes salariais: aumentará 12,5%, passando de cerca de R$ 150 bilhões para R$ 171 bilhões.
De acordo com os cálculos feitos pela assessoria técnica do PSDB, o valor global da folha em 2012 será de R$ 191,6 bilhões. Para este ano, o estudo afirma que a folha já chegou a R$ 152,9 bilhões, com base nos empenhos registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), enquanto o governo previa na proposta original de Orçamento um gasto global de R$ 140,9 bilhões.
Para 2010, a previsão é que os funcionários públicos vão custar R$ 183 bilhões, um crescimento de 6,88% em relação à estimativa para 2009. O reajuste salarial escalonado terá impacto considerável ainda em 2011, primeiro ano do mandato do próximo presidente, quando a folha do funcionalismo cresceria pelo menos 4%, chegando a R$ 190,7 bilhões.
Os números do Ministério do Planejamento, na proposta orçamentária de 2009, confirmam que ano que vem o gasto global com os servidores será de R$ 169,1 bilhões (o PSDB fala em R$ 171 bi), sendo R$ 128,5 bilhões apenas com o Poder Executivo.
A oposição vem cobrando a aprovação do projeto de lei, enviado pelo governo em fevereiro de 2007 ao Congresso e engavetado por falta de vontade política da base aliada, que cria um limite para os gastos com pessoal nos três poderes. Segundo a proposta, a folha só pode crescer com base na inflação (IPCA) mais 1,5% ao ano.
Um exercício matemático feito pela assessoria do deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP) mostra que o governo Lula estoura, e muito, esse limite. Se o projeto estivesse em vigor, o governo teria ultrapassado o teto em R$ 63 bilhões em 2008 e 2009, por conta dos reajustes concedido a mais de 1,4 milhão de servidores, entre civis e militares. O Ministério do Planejamento não quis comentar os cálculos.



