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João Cláudio Genu, assessor do líder do PP na Câmara, José Janene (PR), negou nesta terça-feira na CPI do Mensalão que tenha sacado R$ 4,1 milhões das contas do empresário Marcos Valério de Souza. Assim como o presidente do PP, deputado Pedro Corrêa (PE), Genu garantiu que só retirou R$ 700 mil, em três das quatro idas à agência do Banco Rural em Brasília.

O assessor do PP manteve a versão mesmo tendo sido confrontado por registros do próprio banco indicando que ele esteve pelo menos mais duas vezes na instituição, em datas que coincidem com dias em que a diretora financeira da SMP&B Propaganda, Simone Vasconcelos, fez saques e registrou o repasse de mais R$ 400 mil para Genu, o que já elevaria o total de seus saques comprovados para R$ 1,1 milhão.

- Recebi apenas R$ 700 mil, que me foram entregues em pacotes lacrados. Embora não tenha aberto esses pacotes, suponho que o valor foi esse pelos recibos que assinei - garantiu Genu.

O deputado João Correia (PMDB-AC) questionou o depoente, mostrando-lhe os recibos apresentados por Simone Vasconcelos nos dias 13 e 20 de janeiro de 2003 indicando os repasses para o assessor do PP, e também os registros do Banco Rural, confirmando que Genu passou pela portaria da instituição nesses mesmos dias.

- Mantenho o que já disse - retrucou o assessor do PP.

Para o relator da CPI do Mensalão, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), o grande desafio da comissão é justamente investigar as divergências entre os dados apresentados por Marcos Valério e a versão dos beneficiários dos saques feitos nas contas do empresário.

- Até agora não conseguimos provar quem está falando a verdade - admitiu.

Genu garantiu que não sabia que estava fazendo nada ilegal quando obedeceu às ordens dos deputados Pedro Corrêa e José Janene. Ele contou que ambos se referiram ao dinheiro sacado como uma "encomenda" que estaria no Rural. Os pacotes de dinheiro eram sempre entregues em envelopes lacrados, que nunca foram abertos por ele, e transportados em maletas tipo 007 até a presidência do PP.

- Lamento estar passando por tudo isso por ter ido fazer um favor para o PP - acrescentou.

O presidente da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO), admitiu que o depoimento não trouxe novidades.

- Temos de admitir que o depoimento foi muito pouco produtivo - afirmou.

Em reunião administrativa antes do depoimento de Genu, a CPI do Mensalão aprovou a convocação do representante legal do Citygroup no Brasil, Sérgio Spinelli Silva Júnior. Também foi aprovado requerimento solicitando aos fundos de pensão Petros, Funcef e Previ informações sobre suas aplicações em renda fixa, em renda variável e em segmentos de imóveis nos últimos cinco anos.

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