
Gleisi Hoffmann despediu-se ontem do cargo mais alto já ocupado por um paranaense no cenário político nacional. Após dois anos e oito meses na coordenação do governo Dilma Rousseff, como ministra da Casa Civil, a petista retorna hoje ao Senado e entra de vez na pré-campanha para governadora do Paraná. A saída dela faz parte da primeira leva da reforma ministerial provocada pelas eleições de outubro.
Embora a oficialização das candidaturas só ocorra após as convenções de junho, Dilma foi clara ao falar sobre a motivação das mudanças. "Alguns de nossos ministros decidiram buscar nas urnas a oportunidade de cumprir novas tarefas executivas. É o que farão os meus amigos Gleisi Hoffmann e Alexandre Padilha, aos quais desejo muito sucesso nessa caminhada", disse a presidente.
Ministro da Saúde desde janeiro de 2011, Padilha foi substituído pelo secretário municipal da Saúde de São Bernardo do Campo (SP), Arthur Chioro. Padilha será o candidato petista nas eleições estaduais de São Paulo. Já Aloísio Mercadante deixou a Educação para assumir o lugar de Gleisi no lugar dele entrou o ex-secretário-executivo da pasta Henrique Paim.
Na Secretaria de Comunicação Social da Presidência, saiu Helena Chagas e entrou Thomas Traumann, que era porta-voz de Dilma. Nascido em Rolândia e formado em Jornalismo pela UFPR, Traumann é o 24.º paranaense a ocupar um cargo de ministro.
Trajetória
Desde o imperador Dom Pedro II, no entanto, ninguém do estado esteve tão próximo ao núcleo do poder central quanto Gleisi. A partir dos anos 1990, a Casa Civil ganhou força e passou a exercer a gerência dos principais programas federais. Por orientação de Dilma, que ocupou o mesmo ministério no governo Lula, Gleisi teve uma atuação política discreta, com foco na gestão interna.
A paranaense entrou e saiu da cerimônia de ontem sem dar entrevistas. Sentada ao lado de Padilha e do vice-presidente Michel Temer, chorou ao ouvir o depoimento da presidente sobre seu trabalho no governo. "Agradeço a ministra Gleisi pela excelente condução da chefia da Casa Civil, destacando a sua coordenação nos programas mais importantes do governo, fazendo isso com uma dedicação extraordinária", disse.
Marido da agora senadora e ministro das Comunicações, Paulo Bernardo afirmou que Gleisi precisou "domar um leão por dia" no ministério. De acordo com o ministro, a partir de agora ela vai ter mais liberdade para se dedicar à campanha. "Como senadora, a situação é bem diferente, o debate é outro. Acho que muito em breve vai ter gente lá no Paraná com saudades do tempo em que ela estava na Casa Civil."



