• Carregando...
No texto, Gleisi critica Fruet por “não demonstrar vontade política” em manter aliança. | Wenderson Araujo/Wenderson Araujo
No texto, Gleisi critica Fruet por “não demonstrar vontade política” em manter aliança.| Foto: Wenderson Araujo/Wenderson Araujo

A senadora Gleisi Hoffmann (PT) acenou com a possibilidade do PT lançar candidato próprio para a prefeitura de Curitiba em 2016. Em artigo publicado no site do Partido dos Trabalhadores, ela diz que o prefeito Gustavo Fruet “não demonstra vontade política” em manter a aliança atualmente estabelecida. Ela nega, entretanto, que isso signifique um rompimento da legenda com o atual prefeito. De acordo com ela, caberá à militância do partido tomar essa decisão.

Nos bastidores, especula-se que o PT pode “desembarcar” da gestão municipal já nesta semana. O calendário do partido define março como o mês para a discussão dos rumos do partido no nível municipal, mas essa decisão poderia ser antecipada para o dia 28 de novembro. Nesta data, o diretório municipal realiza encontro para debater tática eleitoral.

No artigo publicado no site do PT, Gleisi diz que o PDT não mostra interesse em discutir o cenário político. “Não posso deixar de registrar que o prefeito e seu partido, o PDT, não demonstraram, até este momento, vontade política de permanecer em aliança. Nenhuma conversa, nenhuma proposição”, escreveu. “Respeitamos essa postura, mas não podemos esperar até o último momento para decidir nossa caminhada.”

Ela diz, ainda, que o lançamento de uma candidatura é “uma possibilidade”, mas que a decisão será tomada “consultando a militância em um encontro municipal, como sempre”. Ela nega, no artigo, que o rompimento com o prefeito já esteja sacramentado.

O PT foi aliado de primeira hora de Fruet – compôs, junto com PV e PDT, aliança já no primeiro turno das eleições municipais, indicando a vice-prefeita Mirian Gonçalves. Filiados ao partido compuseram o secretariado municipal, incluindo Roseli Isidoro, secretária da Mulher; Adriano Massuda, ex-secretário de Saúde; e Marcos Cordiolli, presidente da Fundação Cultural de Curitiba (FCC). Na ocasião, Gleisi foi uma das principais articuladoras da aliança.

Desde o primeiro momento, porém, segmentos do PT se opuseram à aliança – especialmente as tendências Democracia Socialista (DS) e Militância Socialista (MS), à esquerda do resto do partido. Petistas históricos criticaram, em vários momentos, a gestão do prefeito. Por fim, o enfraquecimento da aliança do PT com outros partidos fomentou a possibilidade de lançamento de uma candidatura própria em 2016. O principal concorrente seria o deputado estadual Tadeu Veneri (PT) – ligado à MS. A reportagem tentou entrar em contato com Fruet, mas não teve sucesso.

Vereadores

Além dos secretários, Fruet conta hoje com três vereadores do PT na sua base de apoio na Câmara. Um deles é o vereador Pedro Paulo (PT), que exerceu o cargo de líder do prefeito em 2013 e 2014. Para o vereador, o rompimento com Fruet “não tem sentido”. “Nas manifestações de alguns, não há crítica, há apenas um desejo de lançar candidato próprio”, diz. Ele diz que segue firme no apoio ao prefeito enquanto uma decisão não é tomada.

Caso a saída se concretize, entretanto, ele sinaliza que pode até mesmo deixar o partido. “Sou filiado desde 1989, mas não serei refém de uma minoria dentro partido”, diz. Ele diz, ainda, que não tem nenhuma dificuldade para discutir política com Fruet, mas que, recentemente, tem encontrado dificuldades para conversar com a própria Gleisi.

Professora Josete (PT) diz que a dificuldade em debater o futuro da aliança decorre, em parte, das recentes modificações no calendário eleitoral. Com a minirreforma eleitoral aprovada pelo Congresso, no fim de setembro, o prazo de filiação foi estendido até seis meses antes da eleição, o que prejudicaria o debate. “Para alguns é positivo negociar as coisas em cima da hora, mas não para quem trabalha com um programa”, diz.

Ela acredita que é preciso “diálogo para que as decisões sejam tomadas de forma madura”, e que acredita que uma decisão final deve ser tomada apenas em março. Josete é da tendência DS, que se opôs inicialmente à aliança com Fruet, mas costuma votar junto com o prefeito na Câmara.

Jonny Stica (PT) disse que prefere não se manifestar publicamente sobre o assunto até que o partido tenha tomado uma decisão.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]