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Apesar da insatisfação da base aliada no Congresso com a "faxina" que a presidente Dilma Rousseff vem promovendo no Ministério dos Transportes, governistas têm adotado o discurso de que tudo está bem no Legislativo. O líder de governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), afastou ontem possibilidade de que a "limpeza" venha a provocar um novo racha na base aliada do Palácio do Planalto. Vacca­­rezza disse que o governo não está preocupado com essa hipótese e destacou que o PR, principal legenda afetada pelas demissões, é um grande parceiro do governo Dilma.

"Não há nenhuma preocupação sobre isso [uma retaliação da base]", disse Vaccarezza. "Sempre se fala de troco. Mas no primeiro semestre o governo ganhou todas as votações", afirmou. "O PR é um grande aliado, um partido que não é feito de aventureiros. Ele não está no governo federal por outro interesse que não seja apoio político e ideológico."

Vaccarezza reconheceu que houve uma "crise específica" com alguns integrantes do Ministério dos Transportes, mas salientou que a presidente Dilma agiu prontamente e fez mudanças na pasta. "Nunca considerei que tivesse uma crise no governo federal", disse. "A presidente fez mudanças profundas e acho que, se tiver problema em outros lugares, haverá novas mudanças, mas sem crise."

Outros parlamentares da base concordaram ontem que a presidente Dilma deve fazer as substituições que julgar necessárias na equipe de governo quando houver denúncias de corrupção, independentemente do partido ao qual a autoridade seja vinculada. O líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), partido que teve baixas no Ministério dos Transportes, afirmou que Dilma tem "uma balança só’’ e dificilmente adotaria outra postura, senão a que tomou diante das denúncias de corrupção em órgãos da pasta dos Transportes. Portela disse não acreditar em uma "faxina seletiva’’, apenas nos Transportes.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse também não acreditar que Dilma agirá de forma diferente com denúncias de corrupção em outras pastas. "Faxina seletiva não limpa a casa. Tem que fazer faxina na casa toda. Onde ela sentir o cheiro de sujeira, tem que limpar.’’

Cristovam defende a criação de um grupo parlamentar que garanta respaldo a Dilma Rousseff para fazer uma "faxina’’ total no Ministério dos Transportes e em outras áreas que venham a ser alvo de denúncias de corrupção, inclusive o Ministério do Trabalho, que tem como titular o presidente do seu partido, Carlos Lupi, caso esse venha a ser alvo de denúncias.

Rumores em Brasília indicam que, além do Trabalho, Dilma também estaria insatisfeita com os rumos dos ministérios das Cidades (administrado pelo PP) e do Tu­­rismo (PMDB).

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