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Contabilidade estadual

Governo admite erro nas contas, mas diz que caixa está em ordem

Heron Arzua culpa técnicos da Fazenda pelas falhas

Zagueiro João Leonardo entra no lugar de Danilo, que está suspenso. Jancarlos também é desafalque | Albari Rosa / Gazeta do Povo
Zagueiro João Leonardo entra no lugar de Danilo, que está suspenso. Jancarlos também é desafalque (Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo)

O secretário estadual de Fazenda, Heron Arzua, assumiu ontem que o governo errou na prestação de contas de 2006, publicada em 30 de janeiro. Segundo ele, a correção foi feita após alerta do deputado estadual Reni Pereira (PSB) de que o dinheiro retido pela União em função da multa pelo não-pagamento dos títulos do Banestado não poderia ser contado como crédito a receber. Arzua, que esteve ontem na Assembléia Legislativa para a audiência pública sobre a contabilidade do governo, disse também que o estado está com as contas em dia.

O secretário creditou o erro na prestação de contas de 2006 a sua equipe técnica. Segundo Arzua, os técnicos da secretaria fizeram o relatório fiscal, sem interferência dele, ou do governador Roberto Requião, e o erro só foi detectado depois.

Na nova publicação, de 15 de junho, no Diário Oficial, houve a retirada do lançamento de crédito a receber de R$ 165 milhões, referente ao valor da multa da União. "Fiquei sabendo dos erros quando o doutor Reni levantou as questões. Ele tinha razão. Não deveríamos ter lançado como crédito, mesmo que tenhamos recebido a devolução de R$ 68 milhões do dinheiro retido (da multa da União)", disse Arzua. O dinheiro devolvido, em março é, segundo Arzua, em função de um erro cometido pela União na cobrança, que diminuiu a dívida dos títulos de R$ 1,5 bilhão para R$ 750 milhões.

O governo, no novo balanço, também retirou uma dívida de R$ 620 milhões do estado com a Paranaprevidência. Segundo Arzua, essa dívida não deveria estar no balanço de forma integral porque é para ser paga em 27 anos.

Arzua ainda afirmou que, antes de ser feita a nova publicação das contas de 2006, o governo consultou o Tribunal de Contas e a Secretaria do Tesouro Nacional, que deram orientações. Com as mudanças, o governo passou de um superávit de R$ 12 milhões para uma folga muito maior, de R$ 291 milhões.

O secretário Arzua afirmou ainda que as contas de 2006 estão em total equilíbrio e que foram, inclusive, de forma inédita, cumpridos os porcentuais constitucionais com educação e saúde. "O ano difícil para o Paraná foi 2003 e nós não levantamos, na prestação de contas, os problemas do governo anterior. Defendemos o estado", disse o secretário.

Já o diretor-geral da Secretaria da Fazenda, Nestor Batista, apresentou a prestação de contas do primeiro quadrimestre de 2006, com relatórios que demonstram o cumprimento de todos os limites constitucionais e da Lei de Responsabilidade Fiscal. "Posso revelar que todas as contas foram liberadas para pagamento e depositamos inclusive a previsão de pagamento de 13.º aos servidores, podendo antecipar, se assim o governador definir", disse Bueno.

Oposição

"Eles reconheceram que estavam errados e que tiveram que refazer. Mas, apesar de ter sido feita pelos técnicos, a prestação precisa ser assinada pelo secretário e pelo governador, que são quem respondem pelas contas", disse o deputado Reni Pereira. Ele ainda questiona a possibilidade de republicação. "Precisam explicar baseado em que republicaram. Não encontrei na lei essa possibilidade", disse Pereira.

Apesar da polêmica dos últimos meses a respeito da primeira publicação, aquecida na última semana com a correção feita pelo governo, a audiência pública de ontem para prestação de contas do primeiro quadrimestre do ano não chamou a atenção dos deputados. A audiência começou às 9 horas com cinco deputados presentes, do total de 54. Chegou ao máximo de 12 parlamentares, poucos da oposição ao governo Requião, já que uma outra audiência acontecia na Assembléia, pedindo a liberação do dinheiro do Fundo de Desenvolvimento Urbano por parte do governo do estado para a prefeitura de Curitiba.

O líder do governo na Assembléia, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), disse que a equipe do governo estava disposta a dar todas as respostas e que Reni queria "politizar" a audiência de prestação de contas.

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