O governo federal anunciou nesta segunda-feira que 127,5 mil famílias foram assentadas em 2005, superando a meta do programa de reforma agrária traçada para o ano passado em 10,9%. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, admitiu, no entanto, que boa parte desses beneficiados ainda está morando em barracas de lona, em locais onde o assentamento ainda não foi concluído. Ele explicou que o critério utilizado pelo governo para contabilizar os assentados não passa pelas condições em que as famílias estão vivendo, bastando estar cadastrado no sistema do Incra como beneficiário do programa.
- O nosso conceito de assentado é quando a família sem terra passa a ter direito à terra. Me parece um debate legítimo as lideranças questionarem esse critério. Mas não há nenhum número inflado - disse Rossetto.
- Não tem falcatrua estatística, está tudo transparente - afirmou o presidente do Incra, Rolf Hackbart.
Segundo dados do ministério, os assentamentos de 2005 se concentraram principalmente em estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O campeão foi Maranhão, com 16.438 famílias assentadas, seguido do Pará, com 14.838. Enquanto isso, Apenas 402 famílias receberam terras em Santa Catarina. Rossetto explicou que a discrepância é devida ao alto número de terras avaliadas como produtivas nas regiões Sul e Sudeste e, portanto, sem potencial para serem desapropriadas.
Desde o início da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, o programa de reforma agrária foi responsável pelo assentamento de 241 mil famílias. O objetivo para o fim deste ano é alcançar 400 mil beneficiados em todo o governo. Rossetto mostrou-se animado com o cumprimento dessa meta. Disse que tem a seu favor um orçamento de R$ 900 milhões para a obtenção de terras mais verba suplementar já garantida, mas sem valor definido até agora. No ano passado, foI gasto R$ 1,33 bilhão para a mesma finalidade.



