
O governador Roberto Requião completa hoje o centésimo dia do seu terceiro mandato no governo do estado. Reeleito e mantendo praticamente a mesma estrutura governamental, os primeiros cem dias desta gestão foram marcados por poucas novidades administrativas, mas, em contrapartida, por várias denúncias de corrupção, pela tentativa de controlar atos irregulares e por brigas com adversários.
O governador tomou posse em 1.º de janeiro anunciando que faria um governo autenticamente de esquerda. Mostrou-se magoado com a pouca diferença de votos em relação ao seu adversário no segundo turno das eleições. E atacou a imprensa. Como prova de sua indisposição com a mídia, diminuiu em 74% o valor destinado para propaganda oficial em relação ao ano passado.
Ainda em janeiro, mandou para a Assembléia Legislativa uma mensagem para a criação de 43 novos cargos comissionados para o governo do estado. Dentre os cargos, quatro para coordenadores de regiões metropolitanas de Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel e dois para secretários especiais. Esse seis últimos, com vencimentos de R$ 11.915,44.
As secretarias especiais criadas foram a do Programa do Leite, que foi ocupada por Nilton Pohl Ribas até duas semanas atrás, quando foi para o Ministério da Agricultura, e a Secretaria de Obras Especiais, ocupada por Luiz Caron, secretário de Obras na gestão passada.
A maior novidade na estrutura governamental foi tomada na semana passada, quando o Executivo mandou para a Assembléia uma proposta de criação de mais uma secretaria, a do Controle Interno do Poder Executivo Estadual. O maior controle também será exercido por um decreto, assinado em 13 de março, que sujeita a compra de medicamentos por parte do estado à prévia e expressa autorização do governador.
Requião não teve pressa para fazer trocas em sua equipe de secretários e fez uma longa negociação com o PT, partido que o apoiou no segundo turno, para tomar suas decisões. Trocou seis secretários, na metade de fevereiro. Os petistas Walter Bianchini e Enio Verri ocuparam as pastas da Agricultura e Planejamento. Virgílio Moreira, que já havia sido secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul na gestão anterior, voltou para a pasta. Marcelo Almeida ocupou o lugar de Caron na Secretaria de Obras, mas vai deixar a pasta neste mês para assumir uma vaga na Câmara Federal, no lugar de Reinhold Stephanes, que assumiu o Ministério da Agricultura.
Para agradar os chamados "tucanos de bico vermelho", deputados do PSDB que o apoiaram na campanha, nomeou o deputado Nelson Garcia para a Secretaria do Emprego, Trabalho e Promoção Social. Já a chefia de Gabinete do Governador voltou a ser ocupada por Vanderlei Iensen.
Assim como na gestão anterior, voltou a atacar as concessionárias de pedágio, com o lançamento do programa Estradas da Liberdade rotas que farão o desvio de praças de pedágios. Em janeiro, autorizou a licitação de obras em dois trechos das regiões Noroeste e Oeste.
Também não esqueceu de um dos principais atos da gestão anterior, o salário mínimo regional, e enviou na semana passada para o Legislativo a proposta de reajuste de 8,5% nos valores.



