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investigação

Governo de MG investiga suspeita de superfaturamento em gestão tucana

Ação em questão apura acréscimo de R$ 49 milhões ao contrato com o consórcio GPA

Antonio Anastasia, ex-governador de Minas: petistas investigam superfaturamento. | Waldemir Barreto
/Agência Senado
Antonio Anastasia, ex-governador de Minas: petistas investigam superfaturamento. (Foto: Waldemir Barreto /Agência Senado)

Alvo de investigação por suspeita de superfaturamento, um acréscimo de R$ 49 milhões ao contrato entre o governo de Minas e o consórcio GPA foi aprovado dois meses após parecer jurídico do próprio governo Antonio Anastasia (PSDB) negar repasse do mesmo valor ao grupo.

O orçamento aprovado é de julho de 2013 e difere do pedido anterior, mas inclui alguns dos itens rejeitados dois meses antes, como câmeras de segurança, que o estado acreditava que deveriam ser bancadas pela própria empresa.

A Controladoria-Geral do Estado (CGE) apura se houve manobra na elaboração do contrato – um aditivo aos R$ 2,1 bilhões já programados para serem pagos à GPA, vencedora da licitação para construir e gerir um complexo de cinco presídios em Ribeirão das Neves, na Grande BH. Todos os envolvidos negam ter cometido irregularidades.

O complexo é a primeira parceria público-privada (PPP) do setor presidiário no Brasil. Ela foi assinada em 2009, no governo Aécio Neves (PSDB).

O pedido de R$ 49 milhões foi feito em dezembro de 2012 ao governo para compensar imprevistos na obra e modificação de projeto. Após análise jurídica da Advocacia-Geral do Estado (AGE), a maioria dos itens solicitados foi rejeitada.

O relatório da auditoria cita e-mail de 22 de maio de 2013 enviado, à época, pelo então secretário Rômulo Ferraz (Defesa Social) a outros órgãos da gestão. Ele afirma haver a possibilidade de “sérios questionamentos advindos de diversas instâncias” caso o aditivo fosse assinado sem aval da AGE.

Modificações

No entanto, uma semana depois, em 29 de maio, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede) enviou ofício de duas páginas à AGE afirmando que a GPA fez melhorias na segurança de uma das unidades no complexo e pedindo autorização para que o estado banque o custo nas outras quatro. Com assinatura, mas sem novo parecer técnico, o advogado-geral autoriza a modificação.

O Departamento de Obras Públicas (Deop) elabora um orçamento inicial. Embora incluísse poucos itens do pedido de aditivo rejeitado uma semana antes, o valor calculado, segundo a CGE, foi o mesmo: R$ 49 milhões.

O aditivo foi aprovado em julho, por um conselho que contava com a presença do governador Anastasia, secretários e Advocacia-Geral. Além dos R$ 49 milhões, foram somados compensações e custos indiretos, com total de R$ 123 milhões.

Em nota, o PSDB afirma que o parecer foi elaborado com critérios técnicos e que, no período, o estado entendeu que as unidades em construção precisavam de adequação no projeto.

A CGE de Minas é comandada, desde o início do ano, por Mário Vinícius Spinelli, que também foi controlador-geral do município de São Paulo. Ele foi chamado pelo governador Fernando Pimentel (PT) para esmiuçar os contratos das gestões anteriores.

A auditoria foi instalada em fevereiro deste ano, quando a Secretaria de Defesa Social do Estado suspendeu os pagamentos mensais ao consórcio GPA. O grupo de empresas judicializou a questão e conseguiu que os repasses voltassem a ser feitos. A Advocacia-Geral do Estado recorre da decisão.

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