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O Ministério da Defesa anunciou nesta sexta-feira dez medidas para combater a crise aérea no país. As resoluções - algumas sob responsabilidade da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), outras da Anac em parceira com o comando da Aeronáutica e as demais, que caberão à Infraero - foram tomadas durante reunião do Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac), que ainda não terminou. As medidas são uma tentativa de resolver a crise aérea do país, agravada pelo acidente da TAM em Congonhas.

A principal delas determina que a Anac impeça, num prazo de 60 dias, que o aeroporto de Congonhas continue como ponto de distribuição, conexão e escalas de vôos, o que deve reduzir o movimento no local.

Outra medida determina que os acordos com outros países para a inauguração de novos vôos internacionais não incluam São Paulo em seus destinos, impedindo que novos vôos congestionem ainda mais a região. A resolução também determina à Anac que proíba operação de vôos fretados e charters em Congonhas.

Novo aeroporto em São Paulo

A Anac, em conjunto com o Comando da Aeronáutica, terá que realizar ainda, no prazo de 90 dias, um estudo de localização de locais aeroportuários em São Paulo, o que indica que o governo cogita construir um terceiro aeroporto para servir a capital, talvez em Jundiaí ou em São Caetano do Sul.

A resolução, assinada pelo ministro da Defesa, Waldir Pires, que preside a reunião, também determina que a Infraero adote medidas operacionais e de redistribuição dos espaços físicos no aeroporto de Guarulhos, para que ele possa receber um maior número de passageiros, em função dos deslocamentos feitos de Congonhas.

Participam da reunião também os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), Waldir Pires (Defesa), Marta Suplicy (Turismo) e Celso Amorim (Relações Exteriores). Estão presentes ainda o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito; o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho; o presidente da Infraero, José Carlos Pereira; e o diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participa deste encontro, mas, pela manhã, ele coordenou uma reunião preparatória. Na quinta-feira, o Planalto teve um dia de reuniões sobre o agravamento da crise aérea.

Lula fará nesta noite um pronunciamento à nação em que prestará solidariedade às vítimas do vôo 3054 da TAM e anunciará as medidas emergenciais que o governo deve tomar no setor aéreo. Essa será a primeira vez que o presidente falará sobre o acidente. Até agora, Lula só se manifestou por meio de seu porta-voz, na noite do desastre, e vem sendo criticado por isso.

Infraero: voar no Brasil continua sendo seguro

O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, esteve numa reunião com a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff. Ao chegar ao Palácio do Planalto, o brigadeiro disse que voar no Brasil continua sendo seguro :

- Neste momento, imagino que 80 mil pessoas estão no espaço aéreo brasileiro, e essas 80 mil pessoas estão seguras. Eu estou aqui, tranqüilo, achando que essas 80 mil pessoas estão seguras - afirmou

Ancelmo Gois: Celso Amorim pode assumir Defesa

Outro encontro preparatório foi realizado na noite de quinta-feira, mas não teve a presença de Celso Amorim e Miguel Jorge. De acordo com o site Ancelmo.com, Amorim pode assumir o Ministério da Defesa no lugar de Pires.

E cresceram as especulações, inclusive nos meios militares, de que o Lula colocaria de novo na Defesa, temporariamente, o vice-presidente José Alencar, de acordo com a edição desta sexta-feira do jornal O Globo.

A avaliação da insustentabilidade de Waldir Pires foi consolidada nesta quinta por ministros do governo e assessores diretos do presidente Lula na reunião de coordenação e, depois, ao longo do dia. Lula já teria consultado interlocutores de forma reservada para discutir o perfil de um novo ministro para a Defesa.

Pelo perfil traçado, Lula quer um ministro que tenha capacidade e habilidade para atuar em crises, que tenha autoridade junto às Forças Armadas e que demonstre força de comando. Ainda não há um nome definido para substituição definitiva.

A percepção no governo é que o tragédia da TAM evidenciou o papel coadjvante de Pires nas decisões de sua própria área no governo. O ministro da Defesa não participou da reunião de articulação política que ocorreu no Palácio do Planalto para discutir ações do governo diante da crise aérea.

Assessor de Lula pede desculpas por gesto obsceno

Na manhã desta sexta-feira, o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, vice-presidente do PT, divulgou nota à imprensa, na qual pede desculpas pelo gesto obsceno que fez depois de assistir notícia no "Jornal Nacional" sobre problemas técnicos no avião da TAM. O pedido de desculpas está na última frase da nota, que tem cinco parágrafos e ocupa uma página.

Marco Aurélio nega que seu gesto tenha sido de satisfação, alívio ou felicidade. Ele afirma que sua reação foi privada e demonstra repúdio à posição de setores da mídia que, antes mesmo do resultado das investigações, jogaram sobre o governo federal a responsabilidade pelo acidente da TAM. O petista foi flagrado por um cinegrafista da TV Globo dentro de seu gabinete no Palácio do Planalto.

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