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O Executivo estadual e o líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Ademar Traiano (PSDB), continuam sem falar a mesma língua em relação ao polêmico projeto de lei que abre a possibilidade de empresas privadas fiscalizarem as rodovias estaduais com radares eletrônicos. Ontem, o parlamentar afirmou que o governo já concordou em retirar a proposta de tramitação. Por outro lado, o Executivo informou que ainda está avaliando o que fará em relação à matéria, embora cogite desistir da ideia.

No projeto enviado ao Legislativo na última segunda-feira, o governo pretende revogar duas leis estaduais. A primeira, sancionada pelo ex-governador Jaime Lerner, proíbe que empresas privadas controlem e fiscalizem o trânsito nas rodovias esta­­duais e que participem da arrecadação de multas por excesso de velocidade. Já a outra, da gestão Roberto Requião, veda ao Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER) alugar qualquer equipamento para controle e fiscalização de rodovias.

Dizendo-se contra a proposta, Traiano afirmou ter procurado ontem a Secretaria de Infraestrutura e Logística. Segundo ele, houve consenso pela retirada da matéria. "Houve uma solicitação [de radares] de prefeitos e da Polícia Rodoviária diante do grande número de acidentes no perímetro urbano", revelou. "Mas entendo que, apesar de se tratar de rodovias estaduais, os municípios devem resolver essa questão e não o estado."

Por meio da assessoria de imprensa, porém, o Executivo informou que ainda não decidiu se vai retirar a matéria ou se irá alterá-la.

Mais divergências

Para o líder da oposição, Tadeu Veneri (PT), a medida vai criar a "indústria da multa" no Paraná. O diretor-geral do DER, Nelson Leal Jr., negou que isso irá ocorrer. O objetivo do projeto, segundo ele, é prevenir as mortes no trânsito, provocadas sobretudo pelo excesso de velocidade. Além disso, disse que as empresas que forem contratadas farão apenas a colocação e a manutenção de radares que já estão sendo adquiridos pelo órgão e, para isso, receberão um valor fixado em contrato.

"É muito difícil ter pessoal capacitado para atuar no estado todo na operação dos radares. São 12,4 mil quilômetros de rodovias estaduais", afirmou. De acordo com Leal Jr., o sistema permanecerá sob total responsabilidade do DER.

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