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gestão estadual

Governo do Paraná quer criar mais 89 cargos para administrações regionais

Estado seria dividido em 22 representações, que ganhariam quatro funcionários comissionados cada. Ainda haveria um coordenador

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O governo do Paraná pretende instalar, a partir do ano que vem, 22 escritórios regionais pelo estado para "acompanhar de forma mais efetiva e articulada as ações governamentais". De acordo com a proposta, enviada ontem à Assembleia Legislativa, serão criados 89 cargos comissionados para atuar nas representações pelo interior. O custo anual da medida está estimado em R$ 5 milhões. As vagas se somam a outras 140 em comissão (R$ 11,6 milhões por ano) a serem criadas tão logo os deputados aprovem os projetos.

INFOGRÁFICO: Veja quais cidades seriam as 22 sedes regionais

Cada um dos escritórios terá quatro funcionários que atuarão em conjunto com os núcleos regionais das secretarias. Além disso, um coordenador-geral será responsável por centralizar as ações dos grupos regionais. De acordo com o secretário da Casa Civil, Luiz Eduardo Sebastiani, a medida é um cumprimento do que está previsto no plano de governo de Beto Richa (PSDB). Ele afirma que, ao descentralizar a gestão, o Executivo poderá avaliar com mais precisão suas políticas públicas. "Será uma instância de articulação e acompanhamento das ações em cada região do estado", justifica.

Sebastiani ressalta ainda que a demora em tirar a proposta do papel – dois anos depois do início do governo Richa – se deve à complexidade da medida. Segundo ele, técnicos de diversos setores do Executivo trabalharam desde o segundo semestre do ano passado até consolidar o projeto.

Questionado sobre a criação de mais cargos comissionados logo após as eleições municipais – 229 no total, a um custo anual de R$ 16,6 milhões –, o secretário da Casa Civil negou que as novas vagas irão acomodar aliados políticos. Nos bastidores, porém, comenta-se que os postos poderão ser ocupados por pessoas ligadas ao PMDB e ao deputado federal Ratinho Jr. (PSC), já numa construção da base de apoio a Richa em 2014. "Todo esse processo [de construção do projeto] se deu independentemente de questões de composições partidárias. Tudo foi fundamentado de forma técnica. A assessoria será de caráter eminentemente técnico", garante Sebastiani.

Por outro lado, o líder da oposição na Assembleia, deputado Tadeu Veneri (PT), critica a decisão do governo de enviar um projeto dessa importância à Casa a apenas dois dias do fim do ano legislativo. Ele ainda rebate o argumento do governo de que o intuito da proposta seja técnico. "Todos sabem que o objetivo é claramente político. Será um grande cabidão de empregos, para acomodar o candidato a prefeito derrotado, um vereador que não se reelegeu."

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