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Congresso

Governo ganha tempo e consegue adiar votação de “vetos bomba”

Discussões sobre multa do FGTS e a redução de impostos para produtos da cesta básica serão feitas em outra data. Derrubada de vetos teria alto impacto financeiro

Manifestantes pedem derrubada de vetos ao projeto do Ato Médico, ontem à tarde, na Câmara: clima tenso no Legislativo | Laycer Tomas/Ag. Câmara
Manifestantes pedem derrubada de vetos ao projeto do Ato Médico, ontem à tarde, na Câmara: clima tenso no Legislativo (Foto: Laycer Tomas/Ag. Câmara)

Após um pedido pessoal da presidente Dilma Rousseff ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o governo conseguiu adiar por cerca de um mês a votação de dois "vetos bomba" que preocupavam o Palácio do Planalto pelo alto impacto financeiro que poderiam causar nos cofres do Tesouro. Foram analisadas na noite de ontem apenas propostas que trancavam a pauta de votações do Congresso.

Nos últimos dias, o governo fez uma liberação recorde de emendas parlamentares (cerca de R$ 1,2 bilhão) para tentar retirar da pauta a análise dos vetos a três projetos que, se derrubados, gerariam um rombo de até R$ 20 bilhões anuais no orçamento federal. Os vetos de apenas um desses três projetos (que trata do Fundo de Participação do Estados) foram analisados ontem.

A principal vitória do governo foi adiar a discussão sobre o veto de Dilma ao fim da multa adicional de 10% do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) em caso de demissões sem justa causa. O fim da cobrança é uma demanda de empresários e tem respaldo no Congresso. O prejuízo para os cofres da União com o fim da cobrança é estimado em cerca de R$ 3 bilhões anuais. Outro assunto que preocupa o Planalto, e que também teve a análise adiada, é a medida provisória que reduz a zero a alíquota de Confins e PIS/Pasep de produtos da cesta básica. A derrubada dos vetos teria um impacto de R$ 6 bilhões anuais.

Tempo

Alvo de forte lobby empresarial, a derrubada do veto no FGTS era tida como certa na sessão de ontem. O tema só será debatido em sessão no dia 17 de setembro. Neste tempo, o governo tentará convencer a base e os representantes de entidades empresariais a aceitar uma solução alternativa.

O outro problema que o governo conseguiu deixar para o mês que vem é o relativo à Medida Provisória 610. O governo vetou 85 dispositivos e terá de negociar temas como a hereditariedade da licença para taxistas, anistia de dívidas de produtores rurais e prorrogação de benefícios tributários a setores empresariais.

Na pauta de ontem foram analisados 42 vetos a quatro projetos. O tema de maior embate entre Planalto e base foi o que obriga a compensação por desonerações com impostos federais. Segundo o governo, a mudança faria com que a União tivesse de repassar R$ 11 bilhões ao ano a estados e municípios. Também foram analisados os vetos à MP 606/13, sobre alterações no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e no Programa Universidade para Todos (ProUni); à MP 609/13, no dispositivo que amplia desonerações de PIS e Cofins para diversos produtos e normas do setor elétrico; e ao projeto do ato médico (PL 7703/06). O resultado da votação só será divulgado hoje.

Proposta

Governo envia projeto sobre o Ato Médico

O governo federal encaminhou ontem ao Congresso Nacional um projeto de lei em regime de urgência com o qual espera pacificar a polêmica em torno do Ato Médico. No Palácio do Planalto, a análise é que deputados e senadores manteriam o veto ao projeto na sessão de ontem.

A proposta apresentada ontem aos líderes da base aliada e ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, garante que o diagnóstico de doenças e a prescrição terapêutica sejam atividades privativas dos médicos, mas assegura a atuação de profissionais de acordo com os protocolos já adotados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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