O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou que o Palácio do Planalto está aberto para discutir qualquer mudança que o Estatuto da Igualdade Racial precise, mas defendeu que o governo não retirou o apoio ao projeto do senador Paulo Paim (PT-RS).
Cuidadoso com suas palavras, o ministro não quis adiantar quais seriam essas alterações, porém mostrou preocupação com possível radicalização que poderia ser criada em torno do assunto, polarizando negros e brancos.
- Não queremos que uma radicalização, que pode acorrer, possa prejudicar a aprovação do projeto. Vamos procurar pontos de diálogo e ver se o estatuto precisa de alguma mudança - afirmou o ministro.
O estatuto que está sendo discutido no Congresso traz alguns itens ligados a cotas raciais, como a determinação de 20% dos cargos em comissão e no assessoramento superior da administração pública sejam reservados para negros.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de trocar as cotas raciais por cotas sociais, Genro respondeu apenas que o governo já tem projetos que trazem mecanismos de corte social, como o que reserva 50% das vagas das universidades públicas para alunos que tenham cursado o ensino médio em escolas públicas. Ele argumentou que 90% das pessoas que estudam nessas escolas, no máximo, se enquadram na classe média baixa.



