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A possibilidade de fechamento de escolas tradicionais como o Dom Pedro II, no Batel, mobilizou pais e alunos contra a Seed. | Rodolfo Buhrer/Arquivo/Gazeta do Povo
A possibilidade de fechamento de escolas tradicionais como o Dom Pedro II, no Batel, mobilizou pais e alunos contra a Seed.| Foto: Rodolfo Buhrer/Arquivo/Gazeta do Povo

Na sexta-feira (30), o governo do estado recuou de duas decisões: a de fechar escolas por economia com aluguel e a de mudar o formato do programa social Família Paranaense (leia mais ao lado). Ainda na manhã de sexta, o governador Beto Richa (PSDB) disse no Facebook que determinou “a suspensão de qualquer medida (...) que implique no fechamento de escolas ou colégios estaduais”.

Voltando atrás: Relembre cinco vezes em que o governador Beto Richa mudou de ideia em 2015:

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À tarde, a secretária da Educação, Ana Seres, disse que o estudo que embasa as políticas de distribuição de salas de aula para o ano que vem não levará em consideração o pagamento de aluguel de prédios. Os resultados do estudo, realizado, segundo a Seed, anualmente desde 2006, serão divulgados na primeira semana de novembro. Na última semana, várias escolas do estado foram palco de protestos contra as mudanças. Pais, alunos e professores se mobilizaram depois que mais de 60 diretores receberam comunicados que falavam de cancelamento anual de turmas a fechamento total de imóveis.

Segundo a secretária, a variável do aluguel deve ser incluída no planejamento para o ano letivo de 2017. Ela diz, entretanto, que, ao contrário do que ocorreu este ano, haverá um processo de diálogo com a comunidade antes de qualquer decisão no sentido de fechar escolas. Ela diz, ainda, que questões históricas e acadêmicas também serão levadas em conta nesse debate.

Conforme a secretária, a única mudança feita pela pasta no planejamento para o ano letivo de 2016 foi a inclusão da variável do aluguel – uma medida para reduzir custos. Antes, era considerado apenas o número de matrículas – que vem caindo a cada ano. Entretanto, a medida foi, na sua avaliação, mal interpretada. “Não houve uma compreensão correta e achamos por bem suspender [a inclusão desta variável]”, declarou.

Embora não apresente números como a quantidade de salas ociosas e em quais escolas, Seres afirmou que há uma redução global no número de matrículas, decorrentes de mudanças demográficas, e que, no futuro próximo, será preciso tomar medidas como a unificação de turmas em colégios em que o volume de alunos esteja caindo.

Professores

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), que estava em mobilização contra o fechamento de escolas no estado, considerou o recuo do governo uma boa notícia, mas aponta que ainda há a possibilidade de redução no número de turmas ofertadas pelo governo. O sindicato disse que soube das mudanças pela imprensa e solicitou uma reunião com Seres para a próxima semana.

“Para nós, trata-se de uma decisão muito importante. Nós não queremos o fechamento de nenhuma turma”, disse a secretária de Finanças da APP-Sindicato, Marlei Fernandes. Ela pontuou que ainda há questões pendentes entre o governo e o sindicato, principalmente a não redução do número de turmas.

Marlei contesta a redução no número de matrículas como um motivo para o fechamento de colégios. De acordo com ela, mais de um terço dos adolescentes com idade para frequentar o ensino médio está fora das escolas, e há 4 milhões de pessoas que poderiam se beneficiar da Educação de Jovens e Adultos (EJA). “No nosso entendimento, o governo precisa abrir turmas e colégios, e não fechar”, afirma.

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