Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Escândalo no Congresso

Grupo de senadores descontentes dará trégua, por enquanto

Parlamentares que pedem medidas moralizadoras no Senado elogiam criação da comissão de investigação, mas farão pressão para José Sarney demitir o diretor-geral da Casa

BRASÍLIA - Senadores descontentes com o escândalo dos atos secretos resolveram dar uma espécie de "voto de confiança" de alguns dias ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), depois do anúncio da criação de comissão com participação de auditores externos para investigar as decisões que não eram publicadas oficialmente pela instituição nos últimos 14 anos. Mas o grupo de 20 senadores que pede medidas moralizadoras no Senado pretende pressionar Sarney na semana que vem para que ele demita imediatamente o diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo, um dos envolvidos no escândalo.

Ontem, apesar da criação da comissão, Sarney não anunciou a punição de ninguém. Mesmo com a criação da comissão externa, os 20 senadores que assinaram documento com sugestões de mudanças na instituição vão cobrar a adoção das medidas moralizadoras do Senado na semana que vem.

A prioridade para eles é a demissão de Gazineo, com a nomeação do novo diretor aprovada em plenário. "O que eu defendo é um afastamento dos diretores envolvidos no episódio enquanto durarem as investigações", disse o senador paranaense Alvaro Dias, vice-líder do PSDB na Casa. "No final, se ficar comprovado que estão envolvidos, que as providências jurídicas sejam tomadas."

Alvaro Dias afirmou ainda que Sarney errou ao postergar o anúncio de medidas mais duras contra a crise que atinge a instituição. O tucano disse esperar, porém, que a comissão externa criada por Sarney traga resultados efetivos. "Essa providência poderia ter sido tomada no primeiro momento. Se ofereceu espaço para a crise crescer. As pessoas que vão compor a comissão têm que ser chamadas à realidade", afirmou.

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou que a criação de uma comissão externa foi uma medida "correta" adotada por Sarney. Mas disse esperar a nomeação de um novo diretor para a Casa, com a demissão de Gazineo. "O que achamos é que o presidente deveria nomear um diretor com mandato de dois anos, com o nome aprovado no plenário, o que automaticamente implica no afastamento do atual diretor", afirmou.

Integrantes de partidos da base aliada que estão no grupo dos descontentes também resolveram dar um voto de confiança a Sarney, por enquanto. "Para não ser sempre crítico, vamos dar crédito às medidas que ele (Sarney) anunciou", disse o senador Renato Casagrande (PSB-ES). "Se nada de concreto acontecer, aí a posição do presidente Sarney fica insustentável."

* * * * * * * *

Interatividade

Os envolvidos no escândalo dos atos secretos devem ser afastados durante as investigações ou fazer isso seria puni-los antecipadamente, sem haver comprovação das irregularidades?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.