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Helicóptero de Perella buscou droga no Paraguai, diz a PF

O helicóptero de uma empresa da família do senador Zezé Perrella (PDT-MG) esteve no Paraguai um dia antes de ser apreendido no Espírito Santo com 445 kg de pasta-base de cocaína. Houve a prisão em flagrante de quatro pessoas, entre elas o piloto da aeronave. A informação do trajeto do helicóptero foi dada pelo delegado Leonardo Damasceno, segundo reportagem da TV Gazeta, de Vitória (ES).

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Cerca de dez manifestantes fizeram um protesto nesta terça-feira (10) dentro do Senado para pedir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o senador Zezé Perrella (PDT-MG). O grupo quer que a comissão apure se o senador tem envolvimento no episódio em que o helicóptero de sua família foi apreendido com 445 kg de pasta base de cocaína.

Os jovens abriram uma faixa, próximo à entrada principal do plenário da Casa, com os dizeres: "Esse pó não pode ir para debaixo do tapete. CPI já". O grupo também distribuiu saquinhos com farinha de trigo, numa alusão ao pó de cocaína apreendido por policiais no helicóptero dos Perrella.

Os manifestantes também protestaram contra o PSDB com gritos de que o "pó" apreendido no helicóptero financiaria campanha de políticos da oposição. "Sou brasileiro, eu não me engano. A cocaína financia os tucanos", gritou o grupo.

Apesar de negarem que o ato tenha vínculo partidário, pelo menos dois dos manifestantes estiveram semana passada em frente à Penitenciária da Papuda, em Brasília, para protestar em favor dos condenados do mensalão que estão presos no local.

Em nenhum momento os manifestantes criticaram o mensalão. Eles também pediram investigações sobre o suposto cartel do metrô em São Paulo que teria o envolvimento de políticos do PSDB. "Os movimentos sociais pedem a investigação do caso Perrella, isso não pode passar em branco. Também queremos que o caso da máfia do metrô de São Paulo seja investigado", disse José Augusto Peixoto, um dos manifestantes.

O protesto durou cerca de dez minutos até seguranças do Senado retirarem o grupo do Salão Azul, onde fica localizado o gabinete do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Eles foram levados para fora do Senado e tiveram as faixas e os saquinhos de pó apreendidos pelos policiais.

Houve um princípio de tumulto e bate-boca dos manifestantes com os policiais legislativos, mas o protesto acabou sem agressões.

Helicóptero

Na semana passada, Zezé Perrella subiu à tribuna do Senado para negar qualquer envolvimento no episódio do helicóptero. Ao defender o filho, o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), Zezé disse que sua família "não precisa da política" para viver e que vai comprovar que o piloto da aeronave agiu sozinho ao transportar a droga.

Perrella admitiu que o filho usou R$ 14 mil da sua verba indenizatória para abastecer a aeronave ao longo de um ano, mas disse que a ação é legal, prevista pelo regimento da Assembleia de Minas --e que o valor é irrisório para a família, que é dona de empresas no Estado.

O senador repetiu a versão apresentada por Gustavo Perrella sobre o episódio. Disse que o filho autorizou o piloto da aeronave, Rogério Almeida Antunes, a voar para fazer um frete de passageiros de Belo Horizonte para São Paulo, mas que ele desviou a rota para abastecer a aeronave com a droga --sem o filho ter conhecimento do ato ilícito. Também disse que o piloto não comunicou a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) sobre o voo.

O senador classificou o piloto de "famigerado" e agradeceu a Deus por ele ter sido preso após o episódio. Segundo Perrella, o próprio piloto reconheceu que Gustavo não tinha conhecimento do transporte da droga --e que ele receberia R$ 60 mil pelo transporte ilegal.

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