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Trajetória

História da política brasileira é escrita aos ‘trancos e barrancos’

Conheça como foram as tentativas de impedimento dos governos de Vargas e FHC e como Collor caiu devido ao impeachment

Collor: presidente cassado. | Jefferson Rudy/Jefferson Rudy/Agência Senado
Collor: presidente cassado. (Foto: Jefferson Rudy/Jefferson Rudy/Agência Senado)

Desde que a era republicana foi instaurada no Brasil em 1889 não foram poucas as crises políticas que tomaram conta de uma democracia que ainda dá ares de instabilidade. Ao longo deste tempo o país foi dominado pelo voto de cabresto (durante a República Velha que durou até 1930) e enfrentou dois períodos ditatoriais (com Getúlio Vargas, de 1937 a 1945, e com o regime militar, de 1964 a 1985). A história da política brasileira ainda é marcada pelo fato de o primeiro governo de um presidente eleito pelo voto popular, após o fim da ditadura militar, ter sido interrompido por um processo de impeachment decorrente de crises políticas e econômicas.

Em 1992, o então presidente Fernando Collor de Mello, eleito em 1989, foi o primeiro e, até o momento, o único governante da nação que teve o mandato cessado devido a um processo de impeachment. Antes de Collor, apenas Getúlio Vargas teve um processo de impedimento levado a Câmara dos Deputados.

Durante o segundo período, em que foi eleito por voto direto, Vargas governou o Brasil por três anos e meio: de 31 de janeiro de 1951 até 24 de agosto de 1954. Antes de desferir o tiro fatal que o tiraria da vida “para entrar para a história”, Vargas enfrentou uma crise política sem precedente. Em 19 de junho daquele ano um pedido de impeachment não foi acolhido. Dos 211 deputados presentes, 136 votaram contra a instalação do processo para tirar Vargas do poder.

Somente 38 anos depois um novo processo de impeachment foi levado à Câmara dos Deputados. Fato que culminou com um mandato presidencial de curta duração. Collor permaneceu no cargo de 15 de março de 1990 a 2 de outubro de 1992, quando foi afastado da Presidência da República para responder ao processo de impeachment. Eleito por 35 milhões de votos, o processo político contra o ex-presidente e atual senador estendeu-se por sete meses, no período de 1º de junho à 29 de dezembro de 1992, havendo interferência do Congresso Nacional, com a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar atividades de Paulo César Farias no governo federal.

Pedro Collor, irmão do Presidente Collor, chegou a depor na CPMI e acusa PC Farias de montar uma rede de tráfico de influência no governo, com a conivência do Presidente.

Para piorar a situação, a imagem pública do ex-presidente já estava abalada por confiscar o saldo das poupanças bancárias a fim de frear a inflação. Porém, a inflação continuou crescendo em 1991, já passava dos 400% acumulados no ano, quando surgiram os primeiros escândalos de corrupção ligados a Collor. Em 24 de agosto, um relatório da CPI atestou que US$ 6,5 milhões haviam sido transferidos irregularmente para financiar gastos do então presidente.

A Câmara dos Deputados votou no dia 29 de setembro de 1992 a favor da abertura do processo de impeachment de Collor por 441 votos a favor, 38 contra, 1 abstenção e 23 ausentes. Em dezembro Collor renunciou para tentar evitar o impeachment. Não adiantou e no dia seguinte o Senado condenou o ex-presidente que ficou oito anos inabilitado para funções públicas.

Veja quais foram os deputados que votaram a favor do impeachment.

Apenas dois dos 28 deputados federais paranaenses votaram contra o impeachment de Collor – Abelardo Lupion (PFL) e Basílio Villani (PDS).

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