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Expectativa

HSBC: qualquer um que vença as eleições não fará reformas essenciais

Visão do banco é que, mesmo num caso de mudança de governo, haveria dificuldades do novo presidente em fazer passar reformas estruturais

Qualquer governo que vença as eleições de outubro no Brasil dificilmente implementará reformas estruturais, como fiscal e tributária, no país. A avaliação é do banco HSBC, que, no entanto, vê como inevitáveis "alguns ajustes", mesmo num cenário de reeleição.

"Considerando o atual cenário e as pressões políticas, se o atual governo permanecer no poder, haverá algum tipo de ajuste fiscal e de política monetária. Reformas, provavelmente não", disse o estrategista de mercados emergentes do banco, Bertrand Delgado, durante um seminário promovido pela Câmara de Comércio Brasil - Estados Unidos em Nova York.

A visão do banco é que, mesmo num caso de mudança de governo, haveria dificuldades do novo presidente em fazer passar reformas estruturais.

"O novo governo teria que lidar com um Congresso dividido e haveria uma necessidade de negociação e habilidades que o segundo colocado, Aécio Neves (PSDB), tem, mas que seria muito difícil de tentar convencer [os parlamentares] em termos de reforma estrutural", afirmou.

Para Karyn Koiffman, sócia do escritório de advocacia Baker & McKenzie em Nova York, também é pouco provável que as reformas estruturais ocorram a curto prazo. "Independente do resultado das eleições, vai demorar um tempo para o Brasil conseguir fazer reformas. As mais necessárias são a tributária e a fiscal", afirmou no seminário.

Para o HSBC, ainda há riscos "eventuais", como o racionamento de energia, mas nenhuma ação nesse sentido será anunciada "até a eleição". "O potencial para racionamento ainda existe, é relativamente baixo, mas, definitivamente, se ocorrer, vai afetar a atividade econômica."

O banco prevê que a população usará as as eleições como uma oportunidade de manifestar sua insatisfação e desejo por algum tipo de mudança --"seja do atual partido ou uma mudança no governo".

"Nossa expectativa é que haverá uma disputa acirrada e deve ocorrer um segundo turno", disse Delgado. O banco estima que o país vai crescer cerca de 1,7% neste ano, desacelerando para 1,2% em 2015. A previsão para 2014 é maior do que a última divulgada pelo Banco Central, de 1,44%, nesta semana. O HSBC prevê inflação em 6,3% em 2014 e 5,8%, em 2015.

Copa

Para Delgado, é certo que as melhorias em infraestrutura no Brasil "não atingiram o nível que se esperava para a Copa". "Uma das razões que as pessoas estavam otimistas com o Brasil em 2009, 2010, era a perspectiva de desenvolvimento da infraestrutura que iria ocorrer antes da Copa e das Olimpíadas", disse. "Foi uma decepção para a Copa do Mundo. (...) Veremos se para as Olimpíadas isso vai ocorrer."

Para o HSBC, o dólar deve atingir entre R$ 2,40 e R$ 2,50 neste ano, e, em 2015, R$ 2,60.

"Não vemos o risco de uma desvalorização mais no real, por dois motivos: o Banco Central está intervindo pesado para conter uma apreciação maior do real, que afetaria a atividade econômica, e, ao mesmo tempo, evitar um aumento da volatilidade, o que afetaria a inflação."

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