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investigação

Influência de Luiz Abi se estenderia à PM, diz Gaeco

Investigações apontam que comandantes da corporação teriam frequentado oficinas do parente do governador Richa. Polícia Militar nega

Abi no momento em que deixa a prisão: suspeitas em torno da oficina na qual ele é sócio. | Roberto Custodio/Jornal de Londrina
Abi no momento em que deixa a prisão: suspeitas em torno da oficina na qual ele é sócio. (Foto: Roberto Custodio/Jornal de Londrina)

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apurou que comandantes da Polícia Militar (PM) frequentavam oficinas do empresário Luiz Abi Antoun, parente do governador Beto Richa (PSDB).

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Abi Antoun, que chegou a ser preso, apareceu em cena na Operação Voldemort, acerca de uma suposta licitação fraudulenta envolvendo a Providence Auto Center, oficina em Cambé da qual ele é um dos sócios, para o conserto de carros oficiais do estado. Nesta quarta-feira (25), o Gaeco indiciou os investigados nessa operação, incluindo Abi.

Pessoas que conhecem uma das oficinas disseram ao Jornal de Londrina que oficiais da PM frequentavam o escritório de Abi. O Gaeco descobriu que Ismar Ieger, que aparece como dono da Providence mas que nas investigações é suspeito de ser “laranja”, comentou com outras pessoas sobre a presença de comandantes da PM no local.

Depoimento

A suposta influência exercida por Abi na PM também foi citada por Marcelo Caramori, ex-assessor da Casa Civil do Paraná, ao Gaeco. Caramori foi preso em janeiro sob a suspeita de envolvimento no caso de favorecimento à prostituição de adolescentes e também teria influência dentro da corporação policial. Em fotos publicadas nas redes sociais, o ex-assessor aparece ao lado de oficiais. Em uma outra, traja um uniforme da PM.

Segundo Caramori ao Gaeco, a influência de Abi na PM e na Receita Estadual era de conhecimento público. Abi seria responsável pela nomeação de chefes de fiscalização na Receita e de outras pessoas na polícia, segundo o depoimento.

Outro lado

O comando da Polícia Militar (PM) do Paraná afirmou que “desconhece até o momento qualquer envolvimento sobre a suposta influência de Luiz Abi Antoun junto à instituição militar” e que “não vai se furtar de investigar qualquer irregularidade, caso apareça”.

A PM também ressaltou, na resposta enviada, que as investigações que trouxeram à tona as supostas irregularidades contam “com a participação de policiais militares cedidos ao Ministério Público”.

O advogado Antônio Carlos Coelho Mendes, que defende Luiz Abi Antoun, não quis comentar o caso. Ele afirmou apenas que a sua postura é de “não discutir a causa na imprensa”. “O espaço para a discussão da causa é o processo.”

O advogado Leonardo Vianna, que representa Marcelo Caramori, não foi localizado pela reportagem.

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