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Governo estadual

Insatisfação da base aliada leva Richa às portas de crise política

Aliados reclamam do tratamento que recebem e projetos do governo encontram resistência na Assembleia

Richa na Assembleia: projetos com dificuldade de tramitação | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Richa na Assembleia: projetos com dificuldade de tramitação (Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo)
Ademar Traiano (PSDB), líder do governo na Assembleia |

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Ademar Traiano (PSDB), líder do governo na Assembleia

Às portas de uma crise. O início de 2013 tem sido bastante complicado para o governador Beto Richa (PSDB). Nesta semana, em especial, o cenário político para o tucano reservou problemas na Assembleia Legislativa, críticas por parte de deputados da base aliada e dissabores em relação às costuras políticas para a eleição de 2014.

Desde segunda-feira, o Executivo voltou atrás em pelo menos quatro projetos de lei enviados à Assembleia. Ontem, outra proposta, que tratava de ONGs, recebeu críticas até do líder do governo no Legislativo. Além disso, deputados do PSDB e do PMDB reclamaram do atendimento que recebem no Palácio Iguaçu.

Por fim, a recusa do ex-governador Orlando Pessuti de assumir a Sanepar enterrou as esperanças de amarrar desde já uma aliança com o PMDB para 2014 e solidificou a possibilidade de os peemedebistas também terem candidato ao governo.

Projetos polêmicos

Na segunda-feira, o governo decidiu incluir no projeto que cria a Secretaria de Governo a proposta que prevê a instalação de 23 escritórios regionais pelo estado – o projeto de criação das regionais, que estava em tramitação desde 2012, já havia enfrentado resistência. Ontem, porém, o trecho que trata das representações no interior foi retirado, diante do atraso que isso causaria à criação da nova pasta.

Isso porque os parlamentares aliados reclamam que a medida iria criar "deputados paralelos", pois os coordenadores de cada escritório teriam contato constante com prefeitos e vereadores. Além disso, eles temem que os nomeados se tornem adversários políticos fortes nas próximas eleições. Maior partido da Casa, o PMDB, por exemplo, já disse que votará contra a proposta se ela chegar a plenário.

Outro projeto retirado foi o que abria a possibilidade de empresas privadas fiscalizarem as rodovias estaduais com radares eletrônicos. Além da oposição, o próprio líder do governo na Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), disse não ver a necessidade de instalação de novos radares.

Também foi retirado do Legislativo, para "rediscussão interna", o projeto que aumentaria o capital social autorizado para a Agência de Fomento do Paraná. Um dos motivos seria o fato de a medida retirar o Fundo de Desenvolvimento Urbano (FDU) da Secretaria do Desenvolvimento Urbano, recém-assumida por Ratinho Jr. (PSC).

A resistência da base às propostas do governo se soma às reclamações dos deputados em relação ao tratamento que recebem de secretários estaduais. De um lado, a bancada do PMDB alega que parlamentares do partido não são convidados para participar da inauguração de obras nas cidades de suas bases eleitorais. De outro, os deputados do PSDB dizem que o governo prestigia mais os peemedebistas – que, ao contrário deles, "não precisam pedir licença" quando vão ao Palácio, segundo palavras de um tucano.

A proximidade da eleição para a presidência estadual do PSDB também tem causado dor de cabeça a Richa. Por ora, quatro parlamentares se colocam como candidatos, e nenhum parece disposto a abrir mão da disputa. Traiano, que é um dos concorrentes, defende que somente a reeleição do governador ao comando do partido seria capaz de acalmar os ânimos.

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