O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) abriu nesta terça-feira (17) uma investigação para apurar as suspeitas de envolvimento do procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres, e de outros integrantes do Ministério Público do Estado com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Benedito é irmão do senador Demóstenes Torres, investigado em um inquérito instaurado recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) para averiguar as ligações com Cachoeira. A investigação no CNMP terá o objetivo de apurar suspeitas de tráfico de influência envolvendo o empresário e membros do Ministério Público. De acordo com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que preside o CNMP, o próprio Benedito Torres pediu para que fossem tomadas "as providências cabíveis". O procurador goiano encaminhou documentos ao CNMP.
Gurgel disse que ainda não tem condições de avaliar a gravidade dos fatos. "No momento em que estamos, em tese, não há dúvida de que seriam lamentáveis (os fatos). Mas não podemos ainda sequer afirmar a existência desses indícios", disse. O corregedor nacional do Ministério Público, Jeferson Coelho, afirmou que se as suspeitas forem confirmadas poderão ficar configuradas violações a deveres funcionais. A punição mais pesada para essa falta é a demissão.
As suspeitas contra Benedito Torres surgiram após a divulgação do conteúdo de uma gravação realizada na Operação Monte Carlo. De acordo com reportagem publicada pelo jornal Correio Braziliense, Cachoeira teria pedido a Demóstenes Torres que conversasse com seu irmão sobre uma ação judicial contra uma transportadora que estaria incomodando os seus negócios.
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