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Atualizado em 13/06/2006 às 19h45

Rafael Netto, irmão do guitarrista Rodrigo Netto, da banda Detonautas, morto durante uma tentativa de assalto, deixou no início da tarde desta terça-feira o Hospital São Lucas, em Copacabana, onde esteve internado desde a noite do dia 5. Rafael, que deixou o hospital vestindo uma camisa do Detonautas, disse que não teria condições de reconhecer os assassinos do irmão. Rafael comentou as investigações da polícia e disse que a possibilidade de envolvimento de menores no crime pode representar a falta de oportunidades das crianças "que estão vendo futuro só no crime". Colocando em dúvida o rumo da investigação policial, ele disse ainda que pode ser uma "manobra da polícia para encerrar o caso logo e pôr a culpa em menores que não têm como pagar pelo crime".

Segundo os médicos, Rafael fará a partir de agora tratamento ambulatorial. De acordo com o boletim, ele foi atingido por projéteis que causaram uma lesão no pulmão esquerdo. Ainda há fragmentos de bala alojados nas costas do paciente, mas segundo os médicos, eles não oferecem riscos. Rafael estava no carro com o irmão Nettinho, morto em uma tentativa de assalto na noite do dia 4, um domingo, na Avenida Marechal Rondon, no Rocha, Zona Norte do Rio.

Investigações sobre o assassinato

O terceiro menor que teria participado da tentativa de assalto que terminou com a morte do Nettinho já foi identificado e qualificado por policiais da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Foi expedido um mandado de busca e apreensão contra o adolescente, de 17 anos, que assim como os outros dois já detidos seria morador da Mangueira. Ele é suspeito de fazer os disparos.

Segundo a delegada Lúcia Batista, titular da DPCA, os menores, que estão no Centro de Triagem da Ilha do Governador, dizem que o adolescente procurado teria sido morto. Nenhum corpo, porém, foi encontrado. A polícia tenta identificar ainda o quarto integrante do grupo que estaria no carro usado para interceptar o veículo onde estava Rodrigo.

Outros dois menores confessaram que estavam no carro que interceptou Rodrigo Netto. Eles também apontaram a participação de um quarto bandido no ataque.

- Agora, o objetivo principal é identificar o mais rapidamente esse quarto participante e prendê-lo - afirma a delegada.

A delegada afirmou que todos vão responder pelos mesmos crimes, incluindo o roubo de um carro importado logo depois de o grupo ter atirado no guitarrista.

- Latrocínio, que é roubo seguido de morte, roubo qualificado, por emprego de arma de fogo, que eles praticaram a seguir, e formação de bando ou quadrilha armada - enumera.

Segundo o juiz da Infância e da Juventude, Guaraci Viana, a pena máxima para menores é de três anos em regime fechado.

- Não estamos preocupados com o que ele fez e sim em quanto tempo é necessário para que a gente consiga equilibrar esses dois interesses: da sociedade de retirar das ruas e de recuperá-los e devolvê-los em condições de terem vida regrada, lícita e cidadã - explica o juiz.

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