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O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan Sartori, pretende que entidades de classe dos magistrados proponham ações judiciais contra a Folha de S. Paulo. As ações seriam movidas pelo fato de o jornal ter noticiado que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estendeu "investigação" sobre a folha de pagamento de todos os 354 desembargadores da corte. Para Sartori, o CNJ está promovendo "uma inspeção, não uma investigação".

O próprio Sartori admitiu a estratégia na sexta-feira, em Ribeirão Preto, onde deu início ao projeto Administração Participativa. Ele não revelou se ações serão promovidas em um único processo. Na semana passada, ao receber jornalistas em seu gabinete, Sartori declarou, bastante irritado, que "investigar quer dizer suspeita".

Ele não aceita o termo "investigação", que, em sua avaliação, implica suspeitas sobre seus pares. "Investigar é indício. Quer dizer que todos somos suspeitos? Estamos sendo indiciados? Vou ser investigado?" Na ocasião, Sartori disse que "a Justiça está conspurcada". "Talvez sejamos todos bandidos", afirmou.

Não é a primeira vez que Sartori ataca a imprensa. O presidente do TJ já havia dito que os jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo querem "enxovalhar" o Judiciário.

Nesta segunda, Sartori não se manifestou sobre a decisão de mover ações contra a imprensa. Também não quis falar sobre a portaria 8539/12, por meio da qual mandou pagar auxílio-alimentação a todos os juízes e desembargadores de São Paulo - ele atendeu a uma solicitação da Associação Paulista de Magistrados, uma das entidades à qual teria solicitado proposição de ação contra a Folha. A Apamagis não se pronunciou sobre as medidas judiciais que poderá tomar. A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), maior entidade da toga, também não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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