
O vice-presidente José Alencar segue internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Sírio-Libanês, e se recupera bem da cirurgia para retirada de tumores na região abdominal que durou mais de 17 horas, segundo boletim médico divulgado pelo hospital na tarde desta segunda-feira (26).
De acordo com a nota, o estado de saúde do vice-presidente é "estável" e os médicos consideram que o paciente está bem, levando-se em conta o tipo de intervenção. "O vice-presidente respira por aparelhos e mantém todos os sinais vitais normais, inclusive com bom funcionamento do rim", diz o texto (leia abaixo a íntegra do boletim médico).
A cirurgia
A cirurgia, considerada de alta complexidade pelos médicos, é a mais delicada realizada nos dez anos em que José Alencar luta contra o câncer.
Durante o procedimento, foram retirados nove tumores. Para remover o maior deles, com 12 centímetros de diâmetro, foi preciso remover também parte dos intestinos grosso e delgado. Foi necessário ainda retirar dois terços do canal que liga o rim esquerdo à bexiga; os médicos usaram parte do intestino para reconstruir o canal.
Também foram removidos pelos menos outros oito tumores menores na região abdominal. No final da operação, os médicos também aplicaram uma injeção com uma solução de quimioterapia para que fossem eliminadas possíveis células cancerígenas.
A cirurgia foi conduzida pelo cirurgião-oncologista Ademar Lopes.
"O Vice-Presidente e seus familiares foram avisados sobre a complexidade do procedimento, bem como, sobre os riscos trans e pós-operatórios, estando todos de perfeito acordo", frisou o cirurgião-oncologista Ademar Lopes. As equipes que acompanham o tratamento do vice-presidente são compostas pelos professores doutores Paulo Hoff (oncologista clínico), Roberto Kalil Filho (cardiologista), Miguel Srougi (urologista).
Íntegra
"BOLETIM MÉDICO
26/01/09
13H55
José Alencar Gomes da Silva, 77 anos, Vice-Presidente da República, segue internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após submeter-se a cirurgia de alta complexidade para retirada de tumores no retroperitônio (porção posterior do abdome).
Seu estado é estável e os médicos consideram que o paciente está bem, levando-se em conta o tipo de intervenção. O Vice-Presidente respira por aparelhos e mantém todos os sinais vitais normais, inclusive com bom funcionamento do rim.
A cirurgia durou aproximadamente 17 horas. Foi feita a retirada de uma porção do intestino delgado, uma parte do intestino grosso e de 2/3 do ureter. A retirada dessas porções (ressecção) se deve a estarem comprometidas pelo tumor.
Durante o procedimento, o ureter foi substituído por uma parte do intestino delgado, com a mesma função de ligar o rim à bexiga. A complexidade da cirurgia deveu-se, em parte, ao fato do Vice-Presidente possuir apenas o rim esquerdo.
Para tentar evitar a rescidiva, comum nos casos de Sarcoma, como o que acomete o paciente, foi feita uma quimioterapia hipertérmica. Nesse procedimento, após a cirurgia de retirada dos órgãos acometidos, um cateter foi introduzido na cavidade peritonial, por onde foi injetada uma solução quimioterápica. Enquanto isso, outros três cateteres faziam a aspiração, promovendo uma "lavagem".
A solução quimioterápica, aquecida a cerca de 40º C, visa a atuar nos tumores microscópicos.
As equipes que assistem ao Vice-Presidente são coordenadas pelos professores doutores Paulo Hoff (oncologista clínico), Roberto Kalil Filho (cardiologista) e Ademar Lopes (cirurgião-oncologista).
Dr. Antônio Carlos Onofre de Lira
Diretor Técnico Hospitalar
Dr. Riad YounesDiretor Clínico"



