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Um erro médico tirou de uma jovem do Espírito Santo o direito de ser mãe novamente. Maria Helena Zibel teve o útero retirado por engano numa cirurgia no aparelho digestivo. O médico Lourival Berger, que fez a operação pelo SUS, afirma que foi induzido ao erro, por desorganização do hospital beneficente de Santa Maria de Jetibá, na região serrana do estado.

Ele diz que lá os nomes dos pacientes e o tipo de operação são anotados em um quadro que fica no centro cirúrgico. O nome de Maria Helena aparecia com a indicação histerectomia, que é a retirada do útero. Deveria estar escrito fistulectomia (cirurgia no ânus), segundo o médico. Palavras parecidas e uma falha irreparável.

- Foi um erro de ortografia e acabou que eu fiz a cirurgia que estava agendada e acabou incorrendo este erro e esta fatalidade - disse o médico.

Só que nesse caso, a paciente que perdeu o útero sem necessidade, havia se consultado, três semanas antes, com o próprio médico que a operou por engano.

Foram duas consultas antes da cirurgia. O médico diagnosticou o verdadeiro problema, mas, no dia da operação, não se lembrou da paciente nem do que havia dito.

- São vários pacientes que passam pela gente, às vezes são pacientes encaminhados de outros médicos e agente examina e confirma diagnóstico e manda para o hospital.

Na casa de Maria Helena todos lamentam. Ela tinha planos com o noivo. Queria mais um filho, além do menino de sete anos.

- Não sei como a gente vai fazer, não tem jeito mais - disse Maria Helena, chorando.

- Simplesmente destruíram a vida de duas pessoas e o sonho de ter mais um filho - lamenta o noivo, Mauro Laurentt.

Segundo o hospital, a enfermeira que preencheu errado o quadro do centro cirúrgico foi suspensa e um processo administrativo foi aberto. A paciente que teve o útero retirado por engano agora vai ter que se recuperar da cirurgia desnecessária para depois voltar a ser operada.

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