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escândalos na petrobras

Juiz quer saber por que empreiteiro incluiu políticos como testemunhas

Executivo pediu que sejam ouvidos na ação da Lava Jato o ministro da Defesa e outras pessoas ligadas ao PT

Sérgio Moro: juiz vai avaliar se aceita ou não as testemunhas | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Sérgio Moro: juiz vai avaliar se aceita ou não as testemunhas (Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo)

O juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, deu prazo de cinco dias para a defesa do executivo Ricardo Pessoa, da UTC, esclarecer os motivos de ter incluído como suas testemunhas de defesa diversos agentes políticos, incluindo um ministro do governo federal.

Foram apresentados como suas testemunhas o ministro da Defesa Jaques Wagner (PT), o tesoureiro da campanha de Lula em 2006, José de Filippi Júnior, o deputado e candidato à presidência da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP), o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo e os deputados federais Paulinho da Força (SD-SP), Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), Jutahy Júnior (PSDB-BA) e o ex-deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP).

O advogado Alberto Toron havia afirmado à reportagem não existir "razão política" para arrolarem essas testemunhas. "São pessoas que conhecem o trabalho do Ricardo", declarou.

Moro, porém, pediu mais detalhes para decidir se aceita ou não as testemunhas. O juiz argumentou em seu despacho que a oitiva de agentes públicos "é sempre demorada e difícil".

"Deve-se ademais prevenir a eventual utilização do processo judicial como forma de gerar constrangimento desnecessário a agentes públicos, o que é sempre uma possibilidade, especialmente em casos rumorosos", escreveu Moro.

Sob essa argumentação, o juiz deu um prazo de cinco dias para a defesa de Pessoa "esclarecer previamente a relevância e pertinência da oitiva dos referidos agentes públicos, inclusive se de fato têm ou não conhecimento sobre o objeto da imputação e o que poderiam esclarecer a respeito".O presidente da UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa – preso na sétima fase da Lava Jato –, foi apontado por um dos delatores como coordenador de um "clube de propina" formado por empreiteiras. O executivo continua detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, desde novembro do ano passado.

Jaques Wagner, afirmou que está disposto a prestar depoimento. O ex-ministro Paulo Bernardo (PT-PR), os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), Paulinho da Força (SD-SP) e Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) e o secretário de Saúde da capital paulista, José de Filippi Júnior (PT-SP), não retornaram as ligações telefônicas da reportagem.

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