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Justiça

Juízes federais pressionam por aumento e ameaçam greve

Manifestação dos magistrados é vista pelo governo como “exagerada”

Luís Inácio Adams foi escolhido para negociar com juízes | Wilson Dias/ABr
Luís Inácio Adams foi escolhido para negociar com juízes (Foto: Wilson Dias/ABr)

A pressão dos juízes federais por aumento salarial pode servir ao governo para dar exemplo às demais categorias de como vai reagir às demandas por reajuste neste momento de cortes de despesas e da aprovação do salário mínimo em R$ 545. A ameaça dos juízes de iniciarem uma greve e de criarem uma crise institucional é vista por integrantes do governo como agressiva e exagerada.

Neste momento, dizem integrantes do governo, é certo que o aumento para os juízes não será concedido. Reajustar agora os rendimentos de todo o Judiciário seria um desvio nos planos da presidente Dilma Rousseff de promover um ajuste nas contas públicas. Além disso, o governo já havia negado a possibilidade de aprovar o reajuste pedido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, para os ministros e servidores da Casa. Por essas razões, a pressão feita pelos juízes federais pode provocar uma reação enérgica do governo.

Os magistrados abriram três frentes para pressionar o governo. No Congresso, negociam a aprovação do projeto que reajusta em 14,79% o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal e, por consequência, aumenta os vencimentos dos demais magistrados. No STF, Associação dos Juízes Federais (Ajufe) entrou com um processo para obrigar os presidentes da Câmara e do Senado a colocar o projeto de aumento salarial em votação.

Ainda no tribunal, o presidente da Ajufe, Gabriel Wedy, cobrou um posicionamento do presidente do STF, que encaminhou o pedido de reajuste ao Congresso. "Está na hora de o Supremo mostrar a sua autoridade. O Supremo precisa cumprir o seu papel como poder do Estado e fazer essa cobrança", afirmou Wedy.

Na terceira dessas frentes, os juízes conseguiram no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) garantir a ampliação de seus benefícios, como a possibilidade de aumentar seus rendimentos com a venda de 20 dias dos dois meses de férias a que têm direito anualmente. O governo escalou o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, para negociar uma solução com a categoria.

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