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Polícia Federal suspeita que Vargas (à direita) tenha intercedido em favor de uma das empresas de Youssef (à esquerda) | José Cruz/ABr e Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados
Polícia Federal suspeita que Vargas (à direita) tenha intercedido em favor de uma das empresas de Youssef (à esquerda)| Foto: José Cruz/ABr e Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados

Relator diz que PT protege Vargas em processo

O relator do processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado André Vargas (sem partido-PR) no Conselho de Ética da Câmara, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), disse que o não comparecimento das testemunhas do PT na oitiva da manhã desta quarta-feira demonstra o interesse da sigla em proteger o ex-petista

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A Justiça autorizou que o doleiro Alberto Youssef, preso em Curitiba sob suspeita de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado até R$ 200 milhões, use tecnologia de videoconferência para depor ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que investiga possível participação do deputado federal André Vargas (sem partido/PR) no esquema. O depoimento está marcado para 1º de julho, às 10h.

A informação do depoimento a distância de Youssef foi divulgada nesta quarta-feira (18) pelo relator do processo, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), durante reunião ordinária do Conselho de Ética. O órgão pretendia começar a ouvir hoje as testemunhas arroladas do processo, mas nenhuma delas compareceu à sessão.

Delgado diz que a autorização foi concedida pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que recebeu do Conselho outra opção, além da videoconferência: um depoimento feito em Curitiba, onde Youssef está detido. Moro, porém, preferiu a primeira alternativa.

Como nenhuma testemunha compareceu à sessão, o relator informou que novos convites serão feitos, para que os depoimentos sejam remarcados. A comissão pretende ouvir o deputado Cândido Vacarezza (PT-SP); o líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP); o presidente do partido, Rui Falcão; Leonardo Meireles e Esdras Ferreira, donos do Labogen, além do doleiro Alberto Youssef.

Também foram convidados para depor Bernardo Tosto, dono do jatinho usado por Vargas, e o o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha - mas ambas já haviam informado que não compareceriam.

Conselho investiga relação de deputado e doleiro

O processo contra André Vargas no Conselho de Ética da Câmara foi aberto após investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, apontarem ligações do deputado com o doleiro Alberto Youssef. Vargas usou um avião fretado por Youssef para uma viagem a João Pessoa com a família. O empréstimo da aeronave foi discutido entre os dois por mensagem de texto no início de janeiro. Na ocasião, o parlamentar explicou, por nota, que é amigo de Youssef e negou envolvimento com os negócios do doleiro.

Conversas obtidas pela Polícia Federal, por meio de grampo e divulgadas pela imprensa, indicam que Vargas teria intercedido em favor de uma das empresas de Youssef, a Labogen, em contratos com o Ministério da Saúde.

A Operação Lava Jato foi desencadeada no dia 17 de fevereiro. A Polícia Federal cumpriu 24 mandados de prisão e 15 de condução coercitiva, além de 81 de busca e apreensão em 17 cidades. Cerca de 400 policiais participaram da operação.

A organização criminosa contava com quatro grupos, que tinham à frente doleiros que lucravam com câmbio paralelo ilegal e também praticavam crimes como tráfico de drogas, exploração e comércio ilegal de diamantes e corrupção de agentes públicos.

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