Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Ponta Grossa

Justiça decreta prisão preventiva de vereadora suspeita de simular sequestro

Ela foi transferida da delegacia para o quartel do Corpo de Bombeiros. Outros três suspeitos tiveram prisão temporária – de cinco dias – prorrogada

A vereadora (de branco) foi transferida de uma delegacia para o quartel do Corpo de Bombeiros | Luciano Mendes / Gazeta do Povo
A vereadora (de branco) foi transferida de uma delegacia para o quartel do Corpo de Bombeiros (Foto: Luciano Mendes / Gazeta do Povo)

O juiz de plantão da Comarca de Ponta Grossa emitiu, na tarde desta sexta-feira (4), um pedido de prisão preventiva da vereadora do município Ana Maria Branco de Holleben (PT). Ela é suspeita de simular o próprio sequestro , na última terça-feira (1º), depois da cerimônia de posse dos parlamentares municipais. Um dos dois advogados que trabalham no caso, Jorge Sebastião Filho, afirma que a defesa pretende requerer Habeas Corpus junto ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR).

Ana Maria estava presa no regime temporário – determinação com duração de cinco dias – desde a última quarta-feira (2). No primeiro dia, ela permaneceu sob escolta policial no Hospital Regional de Ponta Grossa. Nesta quinta-feira (3), a petista foi encaminhada à 13ª Subdivisão Policial do município, onde permaneceu em uma sala porque, segundo a polícia, inspira cuidados de saúde.

A vereadora, que tem direito à cela especial, foi transferida, por volta das 17h45 desta sexta-feira, para o quartel do Corpo de Bombeiros, no bairro Nova Rússia, da cidade dos Campos Gerais.

A detenção em modalidade diferenciada está prevista no Código de Processo Penal, no artigo 295, que diz que pessoas de diversos cargos públicos, entre eles vereadores, serão encaminhadas a quartéis ou celas especiais quando sujeitas à prisão antes de condenação definitiva.

Os outros três presos como suspeitos de envolvimento no caso também tiveram seus pedidos de prisão prorrogados. Eles mantiveram, no entanto, a prisão temporária. A validade da detenção é de mais cinco dias para o trio formado pelo motorista da petista, Idalécio Valverde da Silva, sua mulher, Suzicleia Valverde da Silva e Adalto Valverde da Silva, irmão de Idalécio.

Reginaldo do Nascimento, que foi citado pelos suspeitos como motorista do Gol branco onde a vereadora foi colocada para simular o sequestro, é considerado como foragido pela polícia.

Câmara e nota oficial do PT

O presidente da Câmara Municipal de Ponta Grossa, Aliel Machado (PCdoB), afirma que os vereadores vão se reunir numa sessão, ainda sem data definida, para instalar uma Corregedoria que vai analisar o caso de Ana Maria.

O Diretório Municipal do PT também se manifestou na tarde desta sexta-feira, por meio de nota, informando que o caso da vereadora será avaliado pela Comissão de Ética e Disciplina do partido na cidade. Ela também ficará afastada da função de dirigente do PT municipal. Idalécio e Susicleia, que são filiados ao PT de Ponta Grossa, também terão seus casos analisados pela Comissão de Ética e Disciplina do diretório municipal.

"Tanto a Ana quanto o Idalécio e a esposa sempre tiveram uma conduta exemplar no partido. Não se pode execrar uma pessoa sem levar em conta a história de vida que ela tem", disse o deputado estadual Péricles de Holleben Mello (PT), que é primo da vereadora.

Relembre o caso

A vereadora ficou desaparecida durante 24 horas, quando seu assessor Idalécio Valverde contou à polícia que Ana havia sido raptada por quatro pessoas. Na manhã desta quinta-feira, porém, Idalécio, mais o irmão Adalto e a esposa Suzicleia foram presos e, segundo policiais, contaram a farsa. A vereadora teve a prisão pedida e foi encontrada no Hospital Regional sob efeito de sedativos, de onde saiu para a delegacia, na tarde de quinta-feira.

Ana e seus assessores deverão responder pelos crimes de formação de quadrilha, simulação de sequestro e fraude processual.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.