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greve dos caminhoneiros

Justiça endurece para liberar bloqueios

Autos de infração aplicados contra grevistas poderão ser revertidos em multas judiciais por obstrução de BRs

Caminhoneiros de braços cruzados na região de Londrina: polícia precisou intervir, mais uma vez, para liberar o trânsito nas rodovias. | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Caminhoneiros de braços cruzados na região de Londrina: polícia precisou intervir, mais uma vez, para liberar o trânsito nas rodovias. (Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina)

O governo obteve, na Justiça, uma vitória que ajuda a estratégia de reprimir o movimento grevista dos caminhoneiros que ainda paralisa as estradas do país. A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu reverter em multas judiciais todas os autos de infração aplicadas aos caminhoneiros pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) por obstrução das rodovias. A AGU já obteve liminares em todos os estados do país para a aplicação das multas, que podem chegar a R$ 50 mil por hora, como decidiu uma juíza da Bahia. Na média, essas multas variam entre R$ 5 mil e R$ 10 mil.

O governo também obteve liminares que permitem à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e à Força Nacional de Segurança desobstruir qualquer estrada, federal ou estadual, em qualquer ponto do país. Com isso, o governo acabou com a manobra dos caminhoneiros que faziam a paralisação em um ponto e trocavam o local da interdição assim que era expedida uma liminar de desocupação para aquele ponto, para não terem de pagar as salgadas multas.

No início da noite de sexta-feira (27), o governo contabilizava 56 pontos de estradas paralisadas em quatro estados – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso. No dia anterior, eram 98 pontos em seis estados. De posse desses dados, o governo reitera que o movimento está cedendo.

A presidente Dilma Rousseff está sendo informada da evolução da situação em todo o país e os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto, foram destacados para acompanhar de perto e resolver os problemas que forem surgindo.

Via Dutra

Apesar do intenso monitoramento, alimentado também pelos órgãos de inteligência estaduais e federal, o governo foi surpreendido com a paralisação da Via Dutra, nesta sexta-feira (27), que provocou um enorme transtorno na principal ligação rodoviária entre São Paulo e Rio de Janeiro.

Com o maior rigor para fazer pesar no bolso dos caminhoneiros, com aplicação das altas multas, o governo aposta que, aos poucos, as paralisações vão minguar.

Mas ninguém quer arriscar fixar prazos, ainda mais que muitas lideranças começaram a se manifestar avisando que discordavam do acordo feito pelo governo com pessoas que não consideravam seus representantes.

“A sensação dos inspetores de toda a Polícia Rodoviária Federal é de que o movimento está se esvaziando”, disse Regina Miki, secretária nacional de Segurança Pública.

No fim da tarde desta sexta-feira, o Rio Grande do Sul tinha 27 pontos paralisados, ante 41 da noite anterior. Em Santa Catarina, recuaram de 15 para 12 e no Paraná, de 21 para 12. Já Mato Grosso mantinha estradas fechadas em nove locais.

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