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escândalo da petrobras

Lava Jato tipo exportação

Pelo menos 6 países tomam medidas para investigar ou se prevenir das conexões internacionais do esquema de corrupção brasileiro

Lula e Chávez: segundo EUA, apoio do brasileiro à reeleição do venezuelano, em 2006, foi parte de um negócio para beneficiar a Odebrecht. | MIGUEL GUTIERREZ/MIGUEL GUTIERREZ
Lula e Chávez: segundo EUA, apoio do brasileiro à reeleição do venezuelano, em 2006, foi parte de um negócio para beneficiar a Odebrecht. (Foto: MIGUEL GUTIERREZ/MIGUEL GUTIERREZ)

À medida que as investigações da Operação Lava Jato avançam e revelam conexões internacionais da corrupção na Petrobras, autoridades de outros países estão começando a apurar a suspeita de que irregularidades também ocorreram em suas nações. Pelo menos seis países já abriram investigações envolvendo lavagem de dinheiro, fraude e negócios suspeitos de empreiteiras brasileiras em seus territórios ou estudam tomar medidas preventivas: Suíça, EUA, Portugal, Peru, Colômbia e Equador.

EUA monitoraram indícios de corrupção da Odebrecht no exterior

Na Suíça, o Ministério Público informou nesta quarta-feira (22) que encontrou indícios de que a construtora Odebrecht, uma das investigadas na Lava Jato, usou contas bancárias no país para pagar propina a ex-diretores da Petrobras. Os suíços já vinham colaborando desde o ano passado para apurar as suspeitas de lavagem de dinheiro desviado da estatal em bancos do país. Já foram bloqueados na Suíça US$ 400 milhões.

Países da América do Sul em que a Odebrecht tem forte presença também vão investigar a possibilidade de pagamento de propina para facilitar os negócios da empreiteira. O governo do Equador anunciou que as obras executadas pela construtora em seu território, como hidrelétricas e refinarias, vão passar por auditoria para apurar suposto pagamento de propina a funcionários públicos equatorianos. Na Colômbia, o governo ameaça impedir a Odebrecht de firmar contratos com o país por 20 anos caso seus dirigentes da construtora sejam condenados nas ações da Lava Jato.

No Peru, promotores planejam visitar o Brasil para verificar o suposto pagamento de propina no projeto de uma rodovia transcontinental de responsabilidade da construtora brasileira. Já o presidente da Comissão de Fiscalização do Legislativo peruano, Enrique Wong, disse que funcionários de diferentes administrações públicas no Peru podem estar envolvidos em irregularidades que incluem empresas brasileiras – dentre elas Odebrecht, UTC, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão.

Já a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Portugal informou na terça-feira que recebeu das autoridades brasileiras pedido de cooperação judiciária internacional para investigar ramificações do esquema da Lava Jato no país. O pedido está sob sigilo. Mas a PGR informou ainda que existem investigações em curso relacionadas com negócios suspeitos envolvendo o ramo de telefonia e as empresas Portugal Telecom (PT), a Telefónica, a Vivo e a Oi. A suspeita é que o ex-ministro brasileiro José Dirceu e o ex-presidente Lula tenham feito lobby em favor de empresas brasileiras. Lula e Dirceu também foram citados em investigações da Operação Lava Jato.

Além disso, os EUA investigam as perdas da Petrobras com a corrupção. Como a estatal tem ações na Bolsa de Nova York, uma ação judicial corre na Justiça americana em defesa dos acionistas minoritários da Petrobras, que foram prejudicados com os desvios na estatal.

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