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O piloto do Legacy não tinha autorização do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) 1 - responsável pelo monitoramento do vôo do Legacy, que saiu de São José dos Campos e ia em direção ao norte do País - para alterar seu nível de vôo. Ao perceberem que a aeronave estava em rota de colisão com o Boeing 737-800 da Gol, os controladores ainda tentaram, sem sucesso, alertar o comandante do jato para que ele voltasse ao plano de vôo original.

"Os registros dos radares mostram que essa situação se prolongou até o momento da colisão", revela uma fonte da Aeronáutica. Na avaliação dela, o comandante do Legacy deve ter mudado de altitude devido a uma forte turbulência. "Ele até poderia ter feito isso, mas precisaria antes ter comunicado o controle de tráfego aéreo. Se ele pediu autorização, é certo que não houve retorno dos controladores", afirma.

Técnicos da Aeronáutica já recolheram as fitas com as conversas entre os controladores de vôo e os pilotos das aeronaves. Os dados registrados pelos radares da Força Aérea também já foram coletados pelos militares do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa). Eles também já apanharam os dados das chamadas caixas pretas do Legacy - a de voz e a que grava os dados técnicos do vôo. Falta apenas achar as caixas do Boeing 737-800. "Todos os dados de que dispomos apontam para o erro do comandante do Legacy. Esse parece o caminho certo", disse outro oficial da Aeronáutica.

Só depois de analisarem os destroços do Boeing, técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) terão condições de dizer qual foi o ângulo de colisão. A suspeita inicial é de que a asa do Legacy cortou como uma navalha o dorso do Boeing. A 900 km/h, velocidade de cruzeiro de uma aeronave desse porte, é possível que o Boeing tenha se desintegrado no ar antes de atingir o solo. Sabe-se, por enquanto, que não houve explosão quando o avião atingiu a floresta.

Além do possível erro humano, outras causas estão sendo analisadas pelos peritos da Aeronáutica e da Anac. As investigações podem durar até três meses para serem concluídas.

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