Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Diretos Humanos

Líderes convocam Feliciano para pressionar por sua saída de comissão

"Aquele clima de radicalismo não pode continuar. A comissão tem que tomar decisões, ter quórum qualificado, tem que ter a sua pauta, ter votações", disse o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves

Líderes marcam reunião com o pastor Marco Feliciano para pressionar a saída dele da Comissão de Direitos Humanos da Câmara | Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Líderes marcam reunião com o pastor Marco Feliciano para pressionar a saída dele da Comissão de Direitos Humanos da Câmara (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)

Em mais de duas horas de reunião, os líderes partidários, reunidos a pedido do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), decidiram convocar para a próxima terça-feira (2) um encontro com o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, Marco Feliciano (PSC-SP). "A decisão consensual foi convidarmos o deputado Marco Feliciano para na próxima terça, às 11h, ter uma reunião com todos os líderes partidárias desta Casa, na busca de uma solução respeitosa, democrática", afirmou Alves.

"[O argumento será] que a comissão precisa se reunir, precisa comandar a comissão. Aquele clima de radicalismo não pode continuar. A comissão tem que tomar decisões, ter quórum qualificado, tem que ter a sua pauta, ter votações. E a cada semana isso não está acontecendo", disse. As pretensões de consenso empreitadas por Alves esbarram, contudo, em seu partido.

A Folhapress apurou que, junto com o PR, o PMDB se recusou nesta terça-feira (26) a divulgar, junto com os demais líderes, uma nota de repúdio pela permanência do pastor na presidência da comissão. O líder do partido na Casa, Eduardo Cunha (RJ), é da bancada evangélica. Anthony Garotinho (RJ), líder do PR, também.

Qualquer deliberação oficial do colégio de líderes exige consenso. Embarreirados pelos partidos, restou a Alves e os demais líderes voltar a apelar pela saída do deputado.

Ultimato

Na semana passada, Alves deu um ultimato ao partido para que convencesse Feliciano a renunciar ao comando da comissão."Do jeito que está, a situação da Comissão de Direitos Humanos e Minorias se tornou insustentável, disse Alves na última quinta-feira.

Apesar de ter manifestado a colegas insatisfação com a permanência do pastor, o presidente da Câmara tem afirmado que não há margem regimental, como uma intervenção direta, para tirá-lo da presidência. Por isso, apelou à cúpula do partido.

Em entrevista ao programa 'Pânico", da Band, gravada na semana passada, mas levada ao ar apenas no domingo, Feliciano disse que só deixaria o cargo morto."Estou aqui por um propósito, fui eleito por um colegiado. É um acordo partidário, acordo partidário não se quebra. Só se eu morrer", disse o pastor. Desde que assumiu o posto, no começo do mês, Marco Feliciano tem sido pressionado para deixar o cargo.

Pressão

A pressão pela sua saída cresceu após a divulgação de um vídeo, na segunda-feira, com críticas aos seus opositores. O material, publicado pela produtora de um assessor do deputado, e divulgado por Feliciano no Twitter, chama de "rituais macabros" os atos contra sua indicação e questiona a conduta de seus opositores.As duas únicas sessões da Comissão de Direitos Humanos realizadas sob o comando de Feliciano foram marcadas por manifestações contra sua permanência.

O pastor é acusado de ter opiniões consideradas homofóbicas e racistas. Feliciano nega as acusações e diz que apenas defende posições comuns aos evangélicos, como ser contra a união civil homossexual.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.