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Câmara

Líderes decidem prazo para mudar lei eleitoral, diz Aldo Rebelo

Presidente da Câmara nega ter poderes para ressuscitar ou enterrar projetos. Martelo será batido em reunião com partidos nesta terça-feira

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, disse que vai deixar a critério dos líderes a decisão de aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 446/05, que amplia para 31 de dezembro o prazo para que mudanças na legislação eleitoral sejam válidas para as eleições do ano seguinte. O prazo atual é de um ano antes da eleição.

- O presidente da Câmara não tem poderes para ressuscitar nem para enterrar projetos. A decisão será dos líderes - afirmou.

Aldo quer ainda que a Câmara retome as votações enquanto a comissão especial criada para analisar a PEC desenvolva seus trabalhos.

O Palácio do Planalto posicionou-se publicamente sobre o tema domingo. O ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, chamou de casuísmo a prorrogação do prazo.

- É importante dar uma resposta para as denúncias. Mas os prazos foram atropelados. Diante disso, tentar fazer algo de forma açodada não é aconselhável. A emenda pode sair pior do que o soneto. Isso pode acabar em casuísmo.

A maior crítica de Jaques Wagner é que a aprovação dessa PEC abriria espaço para que fossem modificadas regras como as que impõem a verticalização das campanhas para cargos majoritários e a cláusula de barreira, que obriga que os partidos tenham ao menos 5% dos votos nacionais para a Câmara e 2% dos votos em pelo menos 9 estados para terem atuação parlamentar.

Na semana passada, o líder da minoria, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), já havia defendido posição semelhante. As propostas de prorrogação do prazo para alterações na legislação eleitoral foram apresentadas pelo deputado Ney Lopes (PFL-RN) e pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), ambos da oposição.

Diante do consenso contrário à emenda, Aldo Rebelo afirmou que não dará sustentação a esta articulação, que beneficiaria os partidos envolvidos com o mensalão e também o seu PCdoB. Domingo mesmo, Aldo iniciou sua sondagem disparando telefonemas para os líderes de partidos da oposição:

- Primeiro, o interesse do povo brasileiro e do país. Os demais interesses estão subordinados. Nunca tive interesse pessoal específico nisso (a redução da cláusula de barreira). Agora, preciso que os líderes digam o que deve ser votado.

Há duas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dera sinal verde para que o governo apoiasse no Congresso a emenda constitucional que amplia o prazo para mexer na legislação eleitoral. Lula determinara a Jaques Wagner que negociasse com os partidos da base aliada a aprovação de emendas que tratam do assunto no Congresso. O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), havia admitido a disposição do Planalto de tentar uma reforma política com efeitos já na eleição do ano que vem.

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