
Pré-candidato à Presidência do Senado, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) deu mais uma demonstração de que não pretende desistir da disputa, como deseja seu correligionário Renan Calheiros (AL), que deve tentar a reeleição ao cargo. Luiz Henrique se aproximou do PSB e sua candidatura ganhou fôlego ontem com a desistência do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) de lançar sua candidatura à presidência do Senado.
Luiz Henrique endossou o documento do PSB "Por um Senado transparente, democrático e sintonizado com a sociedade". O senador de Santa Catarina, de próprio punho, escreveu embaixo do documento assinado pelos seis senadores da futura bancada do PSB: "De acordo. É a minha plataforma! Luiz Henrique". No documento, o PSB diz que está aberto a apoiar uma candidatura que se comprometa com seu programa.
Já Valadares, na sua nota de desistência, disse que alcançou "os objetivos pretendidos pelo PSB de tirar o processo de sucessão da Mesa Diretora do Senado do imobilismo em que se encontrava, da falta de transparência, e trazer esse tema para o centro do debate".
Valadares justificou sua decisão com o argumento de que uma "nova realidade política" foi criada com o lançamento da candidatura de Luiz Henrique.
Disputa
O PMDB marcou para hoje a reunião da bancada do partido para escolher quem será o candidato da sigla para disputar a presidência do Senado, que ocorre no domingo.
Além de Luiz Henrique, o senador Renan Calheiros vai oficializar sua disposição em tentar a reeleição. Renan é candidato à reeleição desde o final do ano passado, mas nunca confirmou oficialmente que pretenda permanecer no cargo. Com a entrada de Luiz Henrique na corrida pela presidência do Senado, o grupo de Renan avalia ser necessário ao peemedebista lançar o quanto antes seu nome para não perder apoio.
A reunião estava prevista, inicialmente, para amanhã, véspera da eleição. Os apoiadores de Renan, porém, consideram que a melhor saída é antecipar em um dia o encontro para que o PMDB confirme seu apoio à sua recondução já que a candidatura de Luiz Henrique ganha fôlego dentro do Senado.
"A candidatura do Renan vai estar posta. As peças estão jogadas. Eleição, você tem que cuidar para ganhar. O Renan fez uma grande gestão, é um político habilidoso, tem condições de ganhar", disse o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Na Câmara, orçamento provoca novo embate
Folhapress
A votação do orçamento de 2015 provocou uma nova troca de acusações entre as campanhas dos deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Arlindo Chinaglia (PT-SP), que disputam a presidência da Câmara Federal.
O peemedebista acusou ontem o governo de pressionar os novos deputados a votarem em Chinaglia com a promessa de liberação de recursos indicados por congressistas no orçamento que são destinados principalmente para obras em seus redutos eleitorais. O governo nega.
Cunha disse ter recebido relatos de que aliados de Chinaglia estariam distribuindo uma tabela negociando a liberação dos recursos. Apesar da crítica, o peemedebista também transformou as emendas em plataforma de campanha. Ele se comprometeu a assegurar a abertura de um crédito para que os novos deputados também tenham direito de indicar seus recursos.




