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O ex-presidente Lula participou de uma conferência em Roma neste fim de semana. | Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
O ex-presidente Lula participou de uma conferência em Roma neste fim de semana.| Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva articula com outras correntes do PT a substituição das críticas mais duras ao ajuste fiscal e ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pela defesa de uma “agenda de desenvolvimento” que “crie esperança” no país. O movimento tem como alvo o 5.º Congresso do PT, que ocorrerá de quinta (11) a sábado (13), em Salvador, e, antes mesmo da abertura, provoca tensão no Palácio do Planalto.

Apesar de adotar um tom de desaprovação às medidas tomadas pela equipe econômica, Lula não quer que o PT saia do encontro de Salvador com o carimbo de partido de oposição à presidente Dilma Rousseff por avaliar que essa estratégia corresponde a um suicídio político.

Em defesa prévia de Levy, Dilma diz que é injusto e errado tratá-lo como ‘judas’

A presidente Dilma Rousseff disse neste domingo (7), ao jornal O Estado de S. Paulo que o ministro Joaquim Levy não pode ser transformado em um “judas” por causa das medidas impopulares do ajuste fiscal.

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Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo deste domingo (7), Dilma considerou injustas as críticas a Levy e disse que ele não pode ser transformado em “judas” para ser malhado pelo PT. A ideia do grupo de Lula é “virar o disco” e mostrar que, agora, os petistas estão dispostos a ajudar Dilma a retomar o crescimento, reduzir a desigualdade e tirar do papel o slogan do governo – “Pátria Educadora”.

Na lista das “compensações” ao ajuste que a chapa da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), de Lula, tentará emplacar na resolução do 5.º Congresso estão propostas de crédito para fortalecer a indústria e manter empregos, de estímulo às exportações e de regulamentação do imposto sobre grandes fortunas. A intenção é deixar claro que o pacote fiscal também atinge o “andar de cima” e não se concentra em restringir direitos dos trabalhadores, como seguro-desemprego e abono salarial.

O receituário do corte de gastos e a proibição imposta pelo PT a seus diretórios – impedidos de receber doações empresarias de campanha – são os capítulos que prometem causar mais polêmica no 5.º Congresso.

A tendência Mensagem ao Partido - integrada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e pelo ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro – mede forças com a CNB para influenciar as discussões.

Antes de viajar para a Itália, na semana passada, Lula pediu a dirigentes e parlamentares do PT que desbastassem os ataques ao governo e não dessem “um tiro no pé”. No sábado, porém, ao abrir a 39.ª Conferência da FAO, a agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, em Roma, ele disse que “se cada presidente ficar esperando que o ministro da Fazenda diga que está sobrando dinheiro, nunca vai fazer programa de transferência de renda”.

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