Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Governo

Lula compara Palocci a Ronaldinho Gaúcho

Brasília (Folhapress) – Na sua segunda entrevista a emissoras de rádio neste mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem ter ficado "chateado" com a disputa pública entre os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Antônio Palocci, apesar de ter voltado a elogiar o seu titular da Fazenda, comparando-o desta vez a Ronaldinho, do Barcelona, eleito no ano passado o melhor jogador de futebol do mundo.

O novo afago é o terceiro feito publicamente nos últimos dias a Palocci, "que nunca levanta a voz" e seria "calculista", na avaliação de Lula.

O ministro teria pedido demissão na semana passada por considerar que estava desprestigiado na disputa com Dilma, que defende mais gastos federais em investimento.

"Sabe, mexer no Palocci é a mesma coisa que pedir para o Barcelona tirar o Ronaldinho. (...) Deixa ele jogando, ele está bem. De vez em quando, o Ronaldinho perde um gol, de vez em quando o Palocci pode dizer alguma coisa que alguém não goste, mas isso faz parte da vida."

Sobre as divergências entre os ministros, Lula afirmou não acreditar que Dilma dê "cacetada" no colega, mas disse preferir que o debate fosse reservado. "De vez em quando fico chateado, porque eu gostaria que a divergência se desse numa mesa como esta aqui."

Também durante a entrevista, que durou quase duas horas, Lula mais uma vez afirmou acreditar que o prefeito Celso Daniel, de Santo André, foi assassinado em um crime comum, um "acidente de percurso". E acusou o Ministério Público de São Paulo de politizar a questão: "Toda vez que vai chegando a eleição, levanta o caso". A apuração dos promotores concluiu que Daniel foi morto porque se opunha a um esquema de cobrança de propina na prefeitura, parte dela ligada ao caixa 2 do PT.

O presidente reafirmou ainda que não sabia do "mensalão", dizendo que o assunto foi martelado "na cabeça do povo brasileiro" e que "virou refrão de música de carnaval."

A entrevista de ontem foi concedida no Palácio do Planalto a apresentadores de programas de rádios populares de São Paulo e Rio de Janeiro e serviu também para que o presidente apresentasse números positivos da economia e de programas sociais.

Sobre eleições de 2006, o presidente, que já havia qualificado de "lapso" ter dito na semana passada que é candidato, ontem considerou a fala "um erro". Atribuiu sua queda nas pesquisas ao "bombardeio" que tem sofrido desde junho.

Lula mencionou ao menos cinco vezes problemas com o governo do Estado do Rio de Janeiro – comandado por Rosinha Matheus e Anthony Garotinho (PMDB), possível candidato à Presidência -– e com a prefeitura, sob o comando do pefelista César Maia. Nos intervalos, foi ainda mais duro, dizendo que a relação é "difícil" e que os dois (Garotinho e Maia) fazem uma "campanha" contra ele.

Por duas vezes na entrevista, Lula citou a Febem, que enfrentou uma das piores rebeliões de sua história nesta semana e é comandada pelo também adversário em potencial Geraldo Alckmin (PSDB). Para falar dos adolescentes, usou uma comparação com animais engaiolados. "Não tem recuperação de animal, ou de alguém, dentro de uma gaiola."

A entrevista foi concedida a Paulo Barboza, da "Rádio Capital", e a Gil Gomes, da "Tupi", ambas de São Paulo; e a Antônio Carlos, da "Globo", e a Roberto Canázio, da "Tupi", essas do Rio de Janeiro.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.