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Eleição

Lula dá a largada para reeleição na convenção do PT

Em discurso que oficializa candidatura, presidente diz que não traiu pobres e que seu governo sempre buscou superávit social

Ao som do Hino Nacional, a convenção nacional do PT, que oficializa a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição e o nome de José Alencar como vice, começou neste sábado pouco depois do meio-dia, no Minas Tênis Clube, em Brasília. A cerimônia foi marcada desde o início pelo otimismo e pelo êxtase dos militantes com o anúncio dos candidatos petistas ao governo de quatro estados e o Distrito Federal: Vladimir Palmeira (Rio de Janeiro), Aloizio Mercadante (São Paulo), Marcelo Déda (Sergipe), Olívio Dutra (Rio Grande do Sul) e Arlete Sampaio (DF).

As candidaturas estaduais foram fortemente aplaudidas. A única exceção foi a candidatura do senador Delcídio Amaral ao governo do Mato Grosso do Sul, que foi muito vaiada pelos militantes petistas. Delcídio foi presidente da CPI dos Correios, que apurou o escândalo do mensalão no Congresso, e teve uma atuação que recebeu críticas petistas em diversos episódios.

O anúncio de José Alencar como candidato à vice-presidente também foi aplaudido.

- Decidi submeter meu nome e meu governo, humildemente, ao julgamento dos meus irmaos brasileiros. Sou mais uma vez candidato a presidente da República e mais uma vez me acompanha nessa jornada, o meu querido companheiro José Alencar- anunciou Lula.

O comportamento da militância hoje contrastou com o de 2002, quando o anúncio de Alencar para compor a chapa de Lula foi fortemente vaiado. "É pra ganhar, é pra ganhar, Lula presidente e vice Alencar", gritavam os petistas neste sábado.

Lula começou seu discurso falando das dificuldades enfrentadas pelo partido para chegar à Presidência e disse que todos sabem "quanto custou a cada um de nós chegar até aqui".

- Vocês sabem como foi difícil realizar aquele sonho que parecia impossível: o sonho coletivo de ter um trabalhador na Presidência do Brasil. Hoje eu estou aqui para dizer a vocês que o sonho não acabou e a esperança não morreu - discursou o presidente.

O presidente disse ainda que aceitou ser candidato à reeleição para continuar a luta por um país mais justo e independente.

Candidatutas aliadas também foram anunciadas _ como a do ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Edson Vidigal, ao governo do Maranhão.

Lula deixou o local da convenção por volta das 15h30m.

Entre as pessoas que discursaram, a surpresa foi a presença do presidente do PTB, partido do deputado cassado Roberto Jefferson, que iniciou a crise do mensalão.

A mesa foi composta por petistas e aliados. Além de Lula e dona Marisa Letícia, do presidente do PT, Ricardo Berzoini, e de José Alencar, estiveram em lugar de destaque os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), além dos presidentes do PSB, Eduardo Campos, e do PCdoB, Renato Rabelo. O ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), da ala governista peemedebista, também está à mesa.

Lula e Alencar chegaram pouco antes do meio-dia, em carros separados. Lula foi recebido por alguns militantes com gritos de "Lula de novo, quem manda é o povo". O presidente acenou e sorriu, mas não deu entrevista.

A repetição da chapa vencedora de 2002 foi referendada por quase todos os 84 membros do Diretório Nacional. Houve apenas uma abstenção. Também na sexta, Lula já havia anunciado o convite formal a Alencar para que continuasse na vice-presidência afirmando que "em time que está vencendo, não se mexe". ( Leia: presidente tentou convencer PSB a integrar sua chapa )Dirigentes do PMDB, PCdoB, PSB e PTB, partidos que darã o apoio total ou parcial à reeleiçao de Lula, mandaram representantes à convenção

O senador Aloísio Mercadante, candidato ao governo de São Paulo, chegou por volta das 10h30m e já estavam no local o ex-ministro Jaques Wagner, o secretário-geral da presidência, Luiz Dulce, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o governador do Acre, Jorge Viana e o o secretário-geral do PT, Raul Pont.

Pont, que defendia uma aliança entre o PT e o PSB, que acabou não acontecendo, disse não ter objeção em relação à escolha do nome de José Alencar para vice.

- Tem um elemento que eu acho importante. É que em vários momentos José Alencar assumiu posturas que são da esquerda do PT, principalmente na crítica aos juros. Eu acho que é um nome que completa bem a chapa, é uma personalidade muito forte em Minas Gerais, já foi senador, tem representatividade no segundo maior colégio eleitoral do país - afirmou.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da presidência, Luiz Dulce, afirmou que a chapa vai cumprir rigorosamente a legislação eleitoral, e não vai permitir que atos e decisões de governo se confundam com atos de campanha.

Ao chegar, o governador do Acre, Jorge Viana, disse que o PT precisa se preparar para uma "batalha longa e sangrenta" e para a possibilidade de dois turnos nas eleições presidenciais.

Ele disse ainda que, partidos envolvidos no mensalão não serão discriminados num possível segundo mandato

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