O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desistiu de ir nesta quarta-feira ao Congresso entregar pessoalmente a mensagem presidencial para 2006. Lula comunicou sua decisão aos ministros da coordenação de governo. O presidente temia críticas da oposição num momento de ânimos acirrados. A idéia para Lula comparecer partiu do ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner. Lula foi ao Congresso apenas no seu primeiro ano de governo, em fevereiro de 2003.
Segundo o ministro, a mensagem presidencial apresentará um balanço do governo e perspectivas para 2006 como "um ano em que devemos experimentar um crescimento em torno de 4%". Lula costuma dizer em seus discursos que quer um crescimento de 5%. A mensagem presidencial será entregue pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, como de praxe, e por Jaques Wagner.
- Eu sugeri a ele e pedi que ele refletisse se era conveniente. Ele entendeu que não era, porque teria uma interpretação maldosa ou equivocada - disse Jaques Wagner, lamentando que na convocação extraordinária o Congresso não tenha aprovado o Orçamento desse ano.
Apesar de a mensagem presidencial ser um documento rotineiro, enviado todos os anos, o Palácio do Planalto trabalhou com toda a atenção no texto. O cuidado é para que a mensagem não seja interpretada como uma peça de discurso de campanha. Nela, segundo integrantes do governo, o presidente Lula reforçará os principais avanços do governo, como a inclusão social, por meio do Bolsa Família, e a melhora na distribuição de renda, com números da PNAD (Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio), do IBGE.
Mas a mensagem presidencial, com cerca de 200 páginas que contêm dados sobre as despesas públicas, por exemplo, será entregue justamente num momento em que o Congresso ainda não aprovou o Orçamento de 2006. O governo está tendo que administrar com os chamados duodécimos nesses meses iniciais de 2006, o que retarda os planos de maiores gastos nesse primeiro semestre desse ano eleitoral.
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