
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recomendou ontem que o candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, 70, se aposente da vida pública. No palanque de seu afilhado político, o petista Fernando Haddad, Lula disse que o tucano "deve estar desesperado porque não tem mais idade para disputar a presidência".
Após dizer que Serra tomou uma surra na corrida pela Presidência em 2010, Lula ironizou: "Agora volta para São Paulo como se São Paulo fosse um cabide de emprego. Ai, meu Deus, requere a aposentadoria que é melhor".
Sem citar o nome de Serra, ele afirmou que um dos adversários de Haddad elegeu-se prefeito e "se mandou". "Depois, ficou três anos no governo e se mandou para disputar a presidência. Tomou uma chulada", discursou o ex-presidente.
Contra o líder da disputa pela prefeitura, Celso Russomamno (PRB), Lula insistiu na ideia de que administrar São Paulo exige experiência."Não é coisa para amador", endossou a ministra da Cultura, Marta Suplicy, recém-nomeada para a Esplanada dos Ministérios depois de se engajar na campanha de Haddad.
Marta e Lula participaram de dois comícios na zona leste, onde o PT tenta recuperar os eleitores hoje simpáticos a Russomanno.
Para reconquistar os redutos petistas, Lula frisou que é o PT que se dedica aos pobres, bandeira empunhada por Russomanno. "Rico não precisa de prefeito, de presidente, de governador. O pobre precisa", disse Lula.
Segundo petistas, Lula repete, em suas conversas, que Russomanno é o candidato cuja imagem mais se assemelha à sua: de defensor dos pobres. Por isso, Lula martelou, em dois comícios na periferia da cidade (São Miguel Paulista e Cidade Tiradentes) que ele e Marta são perseguidos pelas elites.
Também sem fazer menção ao julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), Lula afirmou que "a elite tentou dar um golpe em 2005", a exemplo do que acontecera com Jango e Getulio Vargas. Foi em 2005 que estourou o escândalo do mensalão, denunciado pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson.
No comício, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, associou a eleição municipal com o processo do mensalão. Ele disse que a "história do governo Lula" e o governo Dilma estão em jogo na disputa eleitoral. O ministro, que sonha em ser escolhido para concorrer ao governo de São Paulo em 2014, incentivou a militância a seguir de "cabeça erguida" na campanha.



