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Em carta enviada nesta terça-feira ao presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Geraldo Majella Agnelo, arcebispo de Salvador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconhece que sofreu "muitas angústias e dores" em seu mandato, mas que "nenhuma crise política" tirou o seu "ânimo" e "entusiasmo". A carta, endereçada a dom Geraldo e a todos os bispos brasileiros, foi lida hoje pela manhã durante a sessão de abertura da 44ª Assembléia Geral da CNBB, em Itaici, localidade de Indaiatuba, na região de Campinas (SP).

Lula observou, na carta, que não quer fazer balanço de seu governo, mas reafirmar que tudo o que tem feito "tem como objetivo o cumprimento dos compromissos que historicamente orientaram minha vida e que assumimos com o povo brasileiro". "Nada, nenhum interesse particular, nenhuma crise política, neste tempo, tirou-nos o ânimo, o entusiasmo e a decisão de trabalhar por esses ideais. Se muitas foram as angústias e dores, quero lhes assegurar que têm sido muitas as alegrias e satisfações. Devo lhe confessar que a principal satisfação é justamente a certeza de que nosso povo mais pobre começa a experimentar os resultados de uma política que faz uma opção definida por essa maioria de brasileiros", afirmou o presidente.

A carta, segundo relato do arcebispo de São Paulo, cardel Cláudio Hummes, foi "muito gentil" e recebida de forma "muito positiva" pelos 320 bispos que participam da assembléia da CNBB que começou ontem e vai até dia 17.

- Ele (Lula) sempre ouviu as críticas da CNBB sobre a forma como conduzia a política econômica, a política social. A Igreja tem que manter sua autonomia. E o presidente reconhece que as críticas o ajudaram a governar - disse dom Cláudio, falando em nome da assembléia.

Lula agradeceu na carta "o diálogo, o apoio, as críticas fraternas" em quase três anos e meio de mandato e reconhece ainda que o governo tem sido beneficiário dessa convivência com a Igreja. Entre as ações positivas do governo, o cardeal paulistadestacou o Bolsa-Família.

- A Igreja não pode deixar de apoiar esse projeto, que contribui para tirar o povo da miséria. Mas é uma política assistencial e por isso deve ser temporária, não deve ser uma política definitiva - avaliou.

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