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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva coordenou na manhã desta segunda-feira, no Palácio do Planalto, a primeira reunião ministerial no segundo mandato. A principal discussão ficou em torno dos projetos que fazem parte do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Lula cobrou empenho dos ministros na execução dos projetos. O presidente mandou alguns recados para seu Ministério. Disse que "é saudável" que, ao montar suas equipes, eles observem que o governo é de coalizão e, desta forma, procurem preencher os cargos com indicações também de outros partidos.

Embora não tenha utilizado o termo "porteira fechada", a declaração do presidente significa uma vitória do PT, que há tempos reivindicava o direito de poder nomear seus militantes em ministérios onde não tem a titularidade, como Integração Nacional, Saúde e Transportes, por exemplo.

- É saudável que, na composição dos ministérios, leve-se em conta que este é um governo de coalizão - sugeriu o presidente, segundo relato de participantes da reunião.

De acordo com participantes, no encontro o presidente só fez menção à crise aérea, sem se aprofundar no assunto. Afirmou que está preocupado e que é uma "questão grave".

Lula fez questão de proibir os ministros de trocarem críticas publicamente e demonstrou especial preocupação com declarações de seus auxiliares sobre relações exteriores. Apesar de não ter citado nominalmente nenhum ministro, a declaração foi um recado claro, por exemplo, ao ministro das Comunicações, Hélio Costa, que criou um incidente diplomático ao dizer que a TV pública que o governo pretende implantar não é para seguir o padrão venezuelano, que prima pela exibição de programas voltados a enaltercer o presidente Hugo Chávez.

- O presidente pediu cuidado aos ministros quando forem dar declarações que afetem a política externa - relatou um dos participantes.

O ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, aproveitou seu tempo de fala para pedir aos demais colegas de ministérios que dêem atenção aos parlamentares.

Ele sugeriu que os companheiros marquem visitas ao Congresso e permaneçam na liderança do governo nas Casas para atender aos parlamentares. Walfrido também exortou os demais ministros a adotar as emendas dos deputados como forma de ajudar a "fazer o melhor para os ministérios".

Além dos ministros, participaram da reunião, que durou quase quatro horas, o líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e a líder do bloco de apoio ao governo, senadora Ideli Salvatti (PT-SP). No início, Lula fez uma apresentação formal dos novos ministros. Logo depois, falaram Guido Mantega (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento) e Dilma Rousseff (Casa Civil).

Antes, Lula discutiu a crise no setor aéreo com o ministro da Defesa, Waldir Pires, e o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, também no Palácio do Planalto. Por conta da conversa com Pires e Saito, a reunião ministerial atrasou cerca de uma hora.

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