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Trabalho

Lupi foi fantasma da Câmara por seis anos, afirma jornal

Ministro teria recebido como assessor da bancada do PDT, mas não dava expediente em Brasília. Revista fala em cobrança de propina de sindicatos

Carlos Lupi: ministro deve ser demitido do cargo na minirreforma que Dilma promoverá | Marcello Casal Jr./ABr
Carlos Lupi: ministro deve ser demitido do cargo na minirreforma que Dilma promoverá (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), iniciou o fim de semana com mais duas denúncias divulgadas pela imprensa. O jornal Folha de S. Paulo informou na edição deste sábado que Lupi foi assessor fantasma da Câmara dos Deputados durante seis anos. A revista Veja, por sua vez, afirma que assessores do ministro cobrariam até R$ 1 milhão para aceitar a criação de novos sindicatos.

A reportagem da Folha diz que, antes de ser ministro, Lupi recebeu salário da Câmara de 2000 a 2006, como assessor da bancada do PDT. No entanto, o pedetista morava no Rio de Janeiro e, segundo correligionários ouvidos pelo jornal, não dava expediente em Brasília. O Cargo de Natureza Especial (CNE) que Lupi ocupava tem salário, hoje, de R$ 12 mil. Nos seis anos, o cálculo é de que ele tenha recebido R$ 864 mil.

Outra irregularidade seria o fato de Lupi não ter se afastado do cargo em 2002, quando disputou uma vaga no Senado pelo Rio de Janeiro. A lei diz que ele precisaria ter saído do posto três meses antes da eleição, mas segundo o jornal não há registro de que isso tenha ocorrido.

Explicações

A assessoria do ministro afirma que nenhuma irregularidade foi cometida. Lupi diz que "às vezes" dava expediente em Brasília. E que, em outras vezes, atuava em tarefas designadas pela liderança da bancada do PDT. Na época em que se manteve no cargo, Lu­­pi foi vice-presidente e presidente do PDT nacional.

Carlos Lupi vem sendo alvo de denúncias frequentes e sua demissão do ministério é considerada certa. A única dúvida é se a presidente Dilma Rousseff vai preferir tirá-lo do governo já ou se vai esperar a minirreforma que pretende fazer em janeiro. Não se sabe ainda se o PDT continuará tendo o comando da pasta.

Propina

A denúncia da revista Veja se baseia no depoimento do mecânico Irmar Silva Batista. Ele afirma que recebeu um pedido de propina no ministério ao tentar criar o Sindicato dos Traba­­lhadores nas Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo. Os sindicatos, para passarem a funcionar, precisam de um registro no Ministério do Trabalho.

Batista diz que enviou uma carta à presidente Dilma e ao secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, informando sobre o pedido de propina.

Ontem, depois das novas denúncias, a oposição cobrou a demissão imediata de Lupi. O PPS diz que pedirá uma sindicância na Câmara dos Deputados e que fará uma representação no Ministério Público Federal.

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