
O depoimento do ex-prefeito de Realeza e ex-assessor da Casa Civil da Presidência Eduardo Gaievski (PT) acusado de cometer estupros de meninas e adolescentes foi marcado ontem por uma manifestação de apoio ao político em frente do fórum do município, no Sudoeste do Paraná. Simpatizantes de Gaievski foram ao local com faixas e cartazes de apoio e disseram que ele é alvo de perseguição. O ex-prefeito, que está preso desde 31 de agosto do ano passado, também voltou a dizer que está sofrendo perseguição política.
Gaievski chegou ao fórum escoltado por policiais militares e segurando um travesseiro com o número 45. Essa é a numeração que ele estaria usando no presídio em que está detido, em Francisco Beltrão, também no Sudoeste. O ex-prefeito e ex-assessor petista reclama que estaria sendo alvo de deboche político porque 45 é o número do PSDB, partido rival do PT e que comanda o governo do estado. A Secretaria Estadual de Justiça desconsiderou a acusação feita por Gaievski.
O ex-prefeito, porém, recebeu o apoio de manifestantes. Entre eles estava Umbelina Zanchet Caselani, de 83 anos, tia e madrinha de batismo de Gaievski. "Acho que é uma perseguição, que até pode ser política, porque ele foi um grande administrador", disse. Maria Tereza de Oliveira, uma das primeiras professoras de Gaievski, também compareceu. "Conheço o Eduardo desde pequeno. Foi um ótimo aluno, um ótimo cidadão e o melhor prefeito de Realeza. Eu tenho certeza absoluta que a maioria de tudo isso [denúncias] é por intenções políticas."
Nulidade
O advogado Samir Mattar Assad, que defende Gaievski, disse ontem entender que o processo contra seu cliente tornou-se nulo a partir de uma declaração do ex-defensor do petista feita ao Ministério Público (MP) incriminando o próprio cliente. Segundo ele, haveria ainda nos depoimentos das vítimas contradições "tão gritantes que comprometem a acusação do MP".
O advogado das vítimas, Natalício Farias, afirmou que Gaievski deixou de responder a várias perguntas na primeira parte do depoimento de ontem. Segundo ele, o acusado preferiu falar sobre seus oito anos de administração na prefeitura a responder às perguntas. "Sobre os fatos em si, ao invés de fazer a sua autodefesa, ele está somente acusando."



