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Dia do Basta

Manifestantes propõem soluções para a luta contra a corrupção

Integrantes do movimento contra a corrupção reivindicam fim do foro privilegiado, caracterização da corrupção como crime hediondo, entre outras medidas

Um dos gritos de guerra dos manifestantes era: “Voto secreto não, quero ver a cara do ladrão” | Daniel Caron/ Gazeta do Povo
Um dos gritos de guerra dos manifestantes era: “Voto secreto não, quero ver a cara do ladrão” (Foto: Daniel Caron/ Gazeta do Povo)
Protesto reuniu 500 pessoas em Curitiba, que iniciaram a passeata na Boca Maldita e foram até o Palácio Iguaçu |

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Protesto reuniu 500 pessoas em Curitiba, que iniciaram a passeata na Boca Maldita e foram até o Palácio Iguaçu

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Estudantes tiveram a companhia de idosos e crianças |

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Estudantes tiveram a companhia de idosos e crianças

Fim do foro privilegiado, caracterização da corrupção como crime hediondo, voto distrital, ampliação de mecanismos de fiscalização do poder público e fim da obrigatoriedade do voto foram algumas das medidas para o combate à corrupção sugeridas pelos participantes do protesto do Dia do Basta, realizado no sábado, em Curitiba. Na capital paranaense, a passeata saiu da Boca Maldita, no centro da cidade, às 10h30, e depois de fazer um trajeto que incluiu a Avenida Marechal Deodoro e Praça Rui Barbosa, rumou para o Palácio Iguaçu. Segundo a Polícia Militar, a terceira edição do evento reuniu cerca de 500 pessoas em Curitiba. No total, 42 cidades participaram simultaneamente do Dia do Basta em todo o Brasil.

Oficialmente estava na pauta de reivindicações o voto aberto dos parlamentares, fim do foro privilegiado e a instituição da corrupção como crime hediondo. Entretanto, além de temas ligados ao combate à corrupção, os manifestantes cobraram das autoridades diversas outras medidas. "Em Curitiba, também estamos reivindicando que 10% do PIB do município seja destinado à educação", afirmou a professora universitária Regina Amélia Darriba Rodriguez, uma das organizadoras do evento.

O economista Wilson Carlos Giotto, de 65 anos, disse que considera o voto distrital a solução para os problemas de desvio de dinheiro público. Segundo ele, com o voto distrital será possível aproximar cada vez mais os políticos do povo e sujeitar suas ações às reais necessidades dos eleitores.

Na companhia da esposa, Dione Maria Giotto, de 56 anos, o economista disse que a alta carga tributária brasileira e o dinheiro desviado pela corrupção não permitem que as pessoas possam desfrutar tranquilas a velhice, porque precisam trabalhar para sobreviver. "Me sinto uma palhaça diante de tantas CPIs que resultam em nada. Estou farta de tanta impunidade neste país", desabafou Dione.

Para a musicóloga Valkíria Polo, de 58 anos, o Dia do Basta é apenas o primeiro passo de um movimento que busca a mudança uma sociedade mais justa e menos corrupta. Paulistana, ela está há 20 anos em Curitiba e diz que já não reconhece mais a cidade que escolheu para viver e criar sua família. "Enquanto os políticos desviam dinheiro e ficam impunes, a cidade padece assombrada pela violência, sem infraestrutura, saúde, educação", declarou Valkíria. "A via de mudança está no voto consciente. Para isso, no entanto, acho que é preciso abolir a obrigatoriedade do voto."

"Só o movimento não basta. É preciso aumentar os mecanismos de fiscalização e controle poder público a nível municipal, estadual e federal, por parte da sociedade", defendeu o bombeiro Rafael Fontana, de 28 anos, que ajudava no recolhimento das assinaturas pedindo que o povo também possa decidir pela convocação de um plebiscito popular ou referendo. Hoje, esse direito é atribuído somente aos representantes eleitos. Além dessa lista, outras três circulavam recolhendo assinaturas para o fim do foro privilegiado para políticos, a caracterização da corrupção como crime hediondo e o voto aberto dos parlamentares.

Colaborou Katna Baran, especial para a Gazeta do Povo.

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