
Um grupo de manifestantes fez um protesto ontem dentro das instalações da Câmara de Curitiba para pedir o impeachment do presidente da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB). Acusado de irregularidades na contratação de agências de publicidade para a Câmara, Derosso está sendo investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Os manifestantes, em sua maioria, eram estudantes secundaristas, ligados à União Paranaense dos Estudantes (UPE). Houve também a presença de lideranças da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Federação da Associação de Moradores de Curitiba (Femotiba). Segundo a CUT, 800 pessoas estavam presentes.
Os manifestantes se reuniram na Praça Santos Andrade às 9 horas, e de lá marcharam até a Câmara. Por volta das 10h15, o grupo entrou pelo estacionamento térreo da Câmara, sem que houvesse conflito com os seguranças e com a Guarda Municipal. A ideia era pressionar e acompanhar os trabalhos da CPI, que tinha reunião marcada para as 10h30.
Por causa da protesto, a reunião demorou para começar.
Manifestantes exigiram que pelo menos 30 pessoas pudessem permanecer no plenário para acompanhar a reunião. O presidente da CPI, Emerson Prado (PSDB), cedeu, desde que os manifestantes deixassem o estacionamento da Casa, onde ocorria o protesto.
Durante a reunião, houve uma briga entre um estudante que acompanhava a sessão e um outro espectador, supostamente ligado à gestão da Casa. Durante a confusão, os guardas municipais tentaram retirar o estudante à força, mas vereadores da oposição e outros manifestantes impediram a expulsão.
Além disso, manifestantes também colaram adesivos de protestos nos carros estacionados no pátio da Câmara. Um deles, que estava na vaga de Derosso, foi o mais visado: mais de 30 adesivos de diversos movimentos foram colados, incluindo folhas de papel com mensagens rabiscadas na hora e coladas com fita crepe.
Segundo o presidente da UPE, Rafael Bogoni, o ato não foi apenas uma manifestação isolada. "A gente não vai arredar o pé dessa causa. Queremos a cassação do Derosso. Não interessa se vai demorar uma semana, um mês ou um ano. Nós vamos continuar mobilizados até que saia a cassação do mandato", disse.



