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Em depoimento na Polícia Federal, o economista Jorge Mattoso disse que entregou o extrato da conta do caseiro Francenildo dos Santos Costa ao então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, no dia 16 deste mês, um dia antes de as informações serem vazadas para a imprensa. A polícia deve, a partir de agora, aprofundar as investigações para investigar o envolvimento de Palocci e de um assessor dele no vazamento do extrato do caseiro para a revista "Época".

Na última semana, Mattoso manteve silêncio sobre o caso e se limitou a pedir abertura de sindicância - o que só ocorreu no dia 21 - para apurar o vazamento, episódio em que ele mesmo estava envolvido. Antes, porém, a Caixa se encarregou de enviar ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) pedido de investigação contra o caseiro Francenildo. Mas em nota, o presidente da Caixa negou que tivesse cometido irregularidade, alegando que só passou o extrato a Palocci porque o ministro da Fazenda era o superior hierárquico do Coaf e do Banco Central, órgãos que, em tese, teriam que investigar a vida financeira de Francenildo.

"Comuniquei, também, o fato à autoridade superior à qual a Caixa encontra-se vinculada. Não fui o responsável pelo vazamento da informação e estou convicto de que nenhum empregado da Caixa deu causa à divulgação indevida, atuando nos estritos limites da legalidade", disse Mattoso em nota oficial.

Os argumentos do ex-presidente da Caixa não convenceram o delegado Rodrigo Gomes, que está à frente das investigações sobre a quebra do sigilo bancário do caseiro. Ao final do interrogatório, o delegado indiciou Mattoso por quebra de sigilo funcional com base nos artigos 325, do Código Penal, e 10 da Lei Complementar número 105. Pelo artigo 325, "revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo ou facilitar-lhe a revelação" pode ser punido com dois a seis anos de prisão e multa.

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