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Ex-tucano

Mesmo com mudança de lado, Fruet diz que não mudou convicções

Os dois principais nomes da oposição na CPMI dos Correios mudaram de lado e estão em partidos governistas. Em 2007, o carioca Eduardo Paes trocou o PSDB pelo PMDB para disputar a prefeitura do Rio de Janeiro (e se eleger) no ano seguinte. Em 2011, foi a vez do paranaense Gustavo Fruet deixar de ser tucano e se filiar ao PDT.

Apesar da mudança, Fruet não renega o trabalho que fez como subrelator da comissão. "Cada um é guardião da sua história, das suas convicções e do trabalho que foi feito", disse. Segundo ele, o mensalão existiu e "foi uma forma de cooptar a maioria".

Pré-candidato a prefeito de Curitiba, Fruet deve contar com o apoio formal do PT durante a campanha. "A verdade é que fiz um combate nacional e de repente percebi que tudo o que foi feito em Brasília estava sendo reproduzido na minha casa", diz ele, referindo-se aos escândalos que envolvem o ex-presidente do diretório municipal do PSDB e ex-presidente da Câmara de Vereadores, João Cláudio Derosso.

O posicionamento de Fruet sobre o mensalão ainda é indigesto para alguns setores petistas. "Ele falou o que falou naquela época e agora quer casar com a gente", critica o deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), que defendia candidatura própria do partido na capital paranaense. (AG)

Mesmo no cargo de vice-líder do governo Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, o deputado federal paranaense Osmar Serraglio (PMDB) promete se dedicar a defender a existência do mensalão até o julgamento do caso pelo Supremo Tribunal Federal (STF), previsto para ocorrer entre junho e julho deste ano. "Não estamos tratando de uma ilusão coletiva, de algo que pode ser simplesmente apagado da memória dos brasileiros", diz o parlamentar, que foi relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios.

Segundo ele, há uma ala do PT que comete um "erro infantil" ao não assumir a existência dos fatos investigados pelo Congresso e "virar a página" do episódio. "É só ver o quanto o partido evoluiu desde que foi desencadeado esse processo todo. Se não fosse a elucidação do mensalão, não teríamos a melhor fase do governo Lula, a primeira mulher presidente e, no caso do Paraná, Gleisi Hoffmann como ministra da Casa Civil."

Serraglio avaliza a tese de que, até as revelações feitas pela CPMI, a gestão Lula funcionava como uma espécie de parlamentarismo. "O Lula era o presidente, mas quem mandava de fato, quem era o chefe, o primeiro-ministro, era o José Dirceu." De acordo com o deputado, a comissão levantou pelo menos 12 provas do envolvimento do ex-ministro com o mensalão.

A maioria delas é testemunhal. Ele cita, por exemplo, as afirmações do publicitário Marcos Valério e do ex-tesoureiro petista Delúbio Soares de que era o então ministro da Casa Civil que dava o aval para os empréstimos fraudulentos do Banco Rural que geravam o pagamento de deputados em troca de apoio ao governo em votações.

Sobre a possibilidade de atritos com os governistas pela defesa do mensalão, Serraglio diz que já era da base aliada desde o começo da CPMI dos Correios, em junho de 2005.

"Na época eu era vice-líder do PMDB. E quem me convidou para ser relator foi o José Borba, que era líder do partido", lembra o deputado. Borba, que é atualmente prefeito de Jandaia do Sul, no Norte do Paraná, renunciou para não perder o mandato em 2006 e é um dos 36 réus do processo do mensalão que serão julgados pelo Supremo.

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