
Ediel Viana da Silva, braço-direito do doleiro Carlos Habib Chater, disse à Justiça Federal do Paraná que o ex-deputado federal Pedro Corrêa era um dos que pegavam dinheiro no Posto da Torre, em Brasília, de propriedade dele. O ex-parlamentar, que presidiu o diretório nacional do PP, é o segundo mensaleiro da legenda flagrado pela Operação Lava Jato. O primeiro foi o paranaense José Janene, já falecido, apontado como idealizador do esquema operado por Alberto Youssef.
Chater movimentava 375 "contas" para repasse de dinheiro por meio de contabilidade paralela do Posto da Torre. Segundo Ediel, que ocupou a gerência do posto desde 2003, eram poucos os políticos que iam ao local pegar dinheiro. Em geral, mandavam assessores. O posto, disse ele, movimentava R$ 50 milhões por ano. A atividade ilegal, porém, fazia com que a contabilidade do estabelecimento se tornasse caótica.
Na Justiça, Chater negou que tenha repassado dinheiro a políticos ou atuado como doleiro. Disse que os depósitos dos doleiros na conta do Posto da Torre eram empréstimos que fazia para capital de giro. Youssef, porém, confirmou que fazia remessas de propina, oriunda da Petrobras, para que Chater fizesse a entrega em dinheiro vivo.
No depoimento anterior, Ediel afirmara que João Claudio Genu, ex-assessor do PP, e Pedro Corrêa iam ao posto. Sobre Corrêa, disse que ele havia estado algumas vezes com Chater e que depois "saíram valores".
Também à Justiça Federal, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que 1% dos contratos da Diretoria de Abastecimento ia para o PP.
Corrêa não foi localizado pela reportagem.



